A conclusão que se chega é que as organizações não vão entrar nas redes sociais, mas vão se tornar redes sociais para poder continuar competindo em pé de igualdade.
Versão 1.0 – 06 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Estive nestes últimos dias em intenso debate com meus alunos de diferentes lugares.
Vamos resumir o que amadurecemos juntos.
Estamos vivendo a passagem de uma organização migrante, aquela que nasceu antes da Revolução Cognitiva/produtiva e precisa se adaptar para ganhar competitividade.
Visão:
O primeiro passo é ganhar a visão.
Conseguir entender pela ordem:
- Que estamos introduzindo rapidamente e de forma massificada novas tecnologias cognitivas descentralizadoras na sociedade;
- Tecnologias cognitivas são responsáveis pela forma da circulação das ideias;
- Tecnologias cognitivas descentralizadoras geram o descontrole da circulação de ideias;
- A circulação das ideias é a placa mãe da sociedade;
- Quando muda a topologia da troca de ideias, a sociedade muda ainda mais quando há o descontrole.
Isso é algo fundamental, pois cria uma visão estratégia inapelável de futuro. Há uma necessidade de uma migração de gestão das organizações.
Estamos saindo de uma dada topologia de circulação de ideias para outras com outro modelo.
A circulação de ideias é a responsável pelo modelo de gestão!
O modelo de gestão define competitividade.
Quem não entra em um modelo mais competitivo, está assinando uma sentença de morte.
Hora de rezar para estar em um mercado menos aderente a nova topologia.
Podemos dizer mais.
A circulação das ideias/modelo de gestão são condicionados pelo tamanho da população.
Quanto maior o número de habitantes mais sofisticada, ágil e eficaz deve ser a circulação de ideias e o modelo produtivo.
O salto de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos explicam a latência de algo novo e urgente, que possa permitir um surto inovador para solucionar crises produtivas/informacionais que a topologia atual não permite.
O modelo topológico atual da circulação de ideias é o da matilha de lobos.
Precisamos para resolver problemas ter um líder-alfa que regula a circulação.
O líder é escolhido por critérios da topologia passada, que funcionou bem para um mundo com menos gente, mas agora entrou em colapso, pois aumentamos a população e nos concentramos em grandes cidades.
O líder-alfa é lento diante da complexidade atual.
O novo modelo topológico é mais parecido com o das formigas, através da colaboração intensa nas redes digitais, nas quais cada ser humano deixa um rastro para o outro que vem depois poder agir de forma mais eficaz e meritocrática.
Avisa: não há separação entre o canal de produção e de comunicação.
Quem clica deixa rastro, quem comenta deixa rastro, quem curte deixa rastro e assim podemos começar a criar um novo modelo de gestão mais ágil, meritocrático, compatível com o tamanho atual da população e os problemas complexos que ela gera e demanda.
Assim, a conclusão que se chega é que as organizações não vão entrar nas redes sociais, mas vão se tornar redes sociais para poder continuar competindo em pé de igualdade, lidando com problemas cada vez mais complexos.
A migração:
Bom, se essa visão do processo de alinhamento inevitável do futuro está mais clara, é preciso montar a estratégia de migração.
O primeiro passo é criar um núcleo consciente do que está ocorrendo para tirar emoção diante do problema para colocar razão, método e maturidade.
Ter medições mais compatíveis com uma gestão estratégica e não uma gestão emocional e sem lógica!
Minha sugestão é a criação de uma “tropa de elite 2.0”, que deve ser capaz de:
- – entender o que se passa;
- – conhecer, a fundo, o novo modelo topológico e onde ele é mais aderente para começar;
- – perceber como se dá a relação entre robôs, colaboração e o apicultor/formicultor (que se encarrega de organizar e usar os dados para gerar mais relevância, eficiência, reduzir ruídos, aumentando benefícios e diminuindo custos);
- – poder receber um problema complexo e desenhar um ambiente colaborativo compatível.
A tropa de elite 2.0 se constitui como uma rede multidisciplinar, nunca um departamento, que é capaz de, via uma plataforma colaborativa, receber ou sugerir projetos, dar um parecer e criar um primeiro esboço para o envio do projeto, já com um “banho de loja 2.0” para um laboratório/escritório de projeto 2.0 a ser criado.
O escritório/laboratório 2.0 é o responsável para implantar os novos projetos, na fase de implantação.
A implantação:
Bom, o novo escritório/laboratório deve ser composto por pessoas da “tropa de elite 2.0”, já em tempo integral, e ser capaz de trabalhar de forma isolada dos processos atuais da organização da topologia passada.
Aqui serão trazidos problemas e nunca antigos processos, que passam a ser resolvidos com a nova topologia.
A tropa discute, pois envolve vários setores, e o laboratório/escritório executa, acompanhado pela tropa durante todo o processo para um aculturamento contínuo.
Todos os novos projetos serão feitos, via protótipos, começando pequeno para o devido aculturamento para se avaliar, aprimorar e recomeçar, mas sempre com o DNA integral da nova topologia.
Os projetos topológicos não se misturam, pois são culturas de solução de problemas diferentes!
Os critérios para os projetos 2.0 iniciais são problemas que:
- 1 – têm grande quantidade de dados envolvidos;
- 2- mudanças caóticas ao longo do tempo, que impossibilitam um controle regular;
- 3- ou seja, processos complexos, para os quais a topologia passada não consegue solução nem que aumento o custo, pois o benefício nunca será eficaz.
Exemplos:
- fiscalização de ônibus, aviões, hospitais, escolas, etc;
- produção personalizadas;
- problemas variados e diferentes.
Nestes problemas complexos a colaboração, o robô e o apicultor/formicultor conseguem uma melhor relação custo/benefício.
Outros problemas que não se encaixam ainda na complexidade devem ser desenvolvidos já pensando na migração para a colaboração, um papel fundamental para evitar futuro desperdícios.
É difícil?
Sim, por isso é missão para tropas de elite. 😉
São projetos estratégicos de longo prazo, que vão dar resultados de curto prazo na redução de desperdício em projetos 2.0 ineficazes e a longo prazo na manutenção da competitividade da organização.
Se não forem iniciados logo, a crise diante do novo mundo será cada vez maior!
Que dizes?
Esse novo cenário do mercado, realmente, não está sendo percebido pela maioria das empresas que acabam metendo os pés pela mãos na implantação de projetos de comunicação 2.0. São intranets mal colocadas, redes sociais internas altamente controlados e uma vontade, remanescente da topologia antiga, de controlar a opinião dos clientes/ colaboradores. Mas como controlar tudo numa nova realidade onde a informação é descentralizada na sua produção? Será que estamos preparados para isso?
Joanna, pegou bem o espírito da coisa…
Eu achei bem interessante e realmente estou vendo isso acontecer na prática que é a questão desse novo modelo topológico ser parecido com o das formigas,cada vez mais vivemos em um mundo digital colaborativo, onde para ser grande precisamos ajudar os outros e deixar seu rastro como mencionado para que o próximo possa fazer algo melhor. Sem esse tipo de oensamento não consigo ver a geração de novas grandes empresas.
Por aí vamos….
Imagine a cena: uma trilha de formigas no chão e de repente, alguém passa o dedo na trilha e as formigas andam descontroladas, até que, depois de um tempo, elas voltam àquele padrão de comportamento, de andar em fila… Como as formigas, acredito que estamos no momento em que andamos descontrolados, mas caminhando para uma adequação em um ambiente colaborativo.
O aumento da população gera crises produtivas que geram crises criativas e que por uma lado é bem positivo pois somos “obrigados” a resolver os problemas de forma criativa porém isso começa a gerar uma crise de comunicação, que foi um dos grandes problemas da Microsoft ao desenvolver o Windows Vista. Essas macro crises geram também uma crise de gestão. Cada vez mais percemos que precisamos trabalhar com colaboração para facilitar o andamento da sociedade. Algumas empresas ainda não entenderam o quanto essa colaboração pode ser construtiva, e tentam remar contra a maré achando que é algum tipo de “moda” que vai passar. Mas com um equilibrio do apicultor, robo e colaboração nos processos da empresa e do dia a dia estaremos vivenciando uma nova forma de ver e de administrar nossas empresas.