Cadê o paradigma que estava aqui? A Internet comeu!
Tenho acalentado a ideia – junto com outros amigos 2.0 – de criar um mestrado, que pode ser geral ou profissional, a discutir.
O objetivo: refletir e pensar formas de atuar nesse mundo reintermediado pela Internet.
Como chamaríamos o bicho?
Muitos perguntam qual a diferença de uma pós e um mestrado.
Vou resumir.
- A pós forma alguém para algo para uma metodologia que já existe.
- O mestrado pode pensar em novas metodologias que ainda não estão por aí.
Em todos os curso de pós-graduação e MBA que tenho dado aula (Senac, IGEC/Facha e Crie/Coppe) percebo um grande problema.
Cadê o paradigma que estava aqui? A Internet comeu! 😉
Ou seja, estamos tentando ensinar metodologias e tecnologias para as pessoas dentro de um dado paradigma que não é mais eficaz!!!
Precisamos subir o nível da conversa para que se possa pensar sobre outro patamar.
Todas as minhas aulas apresentam esse macrocenário, no qual tento comprovar (com o apoio de vários autores) que estamos diante de uma mudança civilizacional e que a maneira que víamos as coisas precisa mudar, antes de sair fazendo.
O mestrado tem, assim, algumas premissas:
- a) contar com um corpo de docentes que tenha discutido em suas teses de mestrado/doutorado questões pós-paradigma, ou seja, que já tenham furado a rebentação daquela ladainha sobre se a Internet vai ou não mudar a civilização – isso deve ser algo superado – o inimigo no mestrado deve ser outro: os desafios da pós revolução cognitiva;
- b) imagino dissertações em dois campos: modelos nativos (pós-internet) e modelos migrantes (pré-internet) que querem/devem migrar;
- c) por fim, áreas de aplicação, que seriam: política 2.0, ciência 2.0, empresa 2.0, governo 2.0, economia 2.0, energia 2.0, cidade 2.0, fiscalização 2.0 e tudo 2.0 que alguém quiser estudar.
Penso que esse mestrado deve inovar na forma também.
- As aulas devem ser sempre sem equipamentos tecnológicos nos encontros presenciais, baseados na plena conversa – usar power point deve ser considerado crime hediondo. 😉
- Os professores podem criar provocações online para discussão em sala de aula, naquela ideia de escola invertida (aula em casa, no celular, no youtube e dever de casa presencial, com a turma reunida);
- Podemos pensar em incluir alunos presenciais e a distância, criando um mix;
- E contar com o convite a pensadores do mundo todo que podem participar, via Skype, com a turma.
O problema é conseguir algo assim na estrutura atual, com os limites do MEC.
Às vezes, imagino fazê-lo de forma independente, no qual as pessoas vão pelo conteúdo e menos pelo diploma, seria possível isso? Aí não seria mestrado, mas um curso livre….
E acho, por fim, que esse mestrado não pode ser construído pelos professores, mas quase como um projeto wiki, que vai se moldando e montando na rede, pela rede e com a rede, com todos os interessados, incluindo organizações e suas universidades corporativa, que deveriam fazer parte integrante de um conselho do mesmo.
Você teria interesse em algo assim, como acha que podemos caminhar?
Diz aí.
Querido mestre, achei a proposta do Mestrado 2.0 simplesmente maravilhosa. Além de ser original e empolgante, também sou da opinião que já passou da hora de serem quebrados os velhos paradigmas estruturais da nossa educação. Paulo Freire curtiria essa ideia. Tenho muito interesse nesse tipo de projeto e seria um grande prazer poder participar ativamente dele.
Grande abraço!
Interessantíssimo! Estou certa que contribuirá muito para que os que já pensam da mesma forma tenham este estímulo maior e os que (ainda) estão receosos, lancem-se nesta emrpeitada desbravadora!
Desejo que a sua ideia transforme-se em algo concreto e que em breve tenhamos notícias a respeito.
Fiquei pensando no formato do curso e juntei com o texto do Marcos Cavalcanti que você postou hoje no Facebook. As ideias que você propõe discutir estão, hoje, à frente da academia tradicional. Como conseguir encaixar? Qual a melhor brecha pra levar essas reflexões sobre mudanças emergentes para o espaço institucional da educação? Sim, porque é interessante entrar para poder falar pra mais gente e também impulsionar mudanças no ambiente acadêmico. Enfim, não tenho a resposta, mas talvez uma experiência de curso livre seja interessante como pontapé inicial.
UFI? “Universidade Franca de Inovação”?
Eu tenho interesse. E se o curso fosse totalmente on line com discussões em fóruns?
Grande Nepo, tudo bem? E essa história de Mestrado 2,0, vai para frente? Estou pensando em voltar a estudar e o mestrado profissional é a minha vítima. Achei o que postou acima, instigante. Não sei se tenho paciência para o Mestrado tradicional, e esse 2.0 me pareceu bem interessante.Pensa em avança essa ideia? Abs.
Bom, nada ainda…..o que tenho feito são os nossos grupos de estudo, estou com um agora para maio….