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Por motivos variados, ao longo do tempo, passamos a acreditar que os humanos têm mais poder do que, na verdade têm diante dos fatos e das crises.

Versão 1.0 – 12 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

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Nas crises, a melhor amiga é a filosofia.

Pois toda crise, seja ela qual for, tem embutida sempre duas crises:

– uma prática – de como devemos agir para superá-la;

– uma filosófica/teórica, de como devemos repensar o problema para chegar a um diagnóstico mais eficaz.

Podemos afirmar que a chegada da Internet participativa é geradora de crises para as organizações e para o status quo da sociedade.

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Tal crise tem como sintomas, entre outros:

– perda de competitividade no setor privado;

– perda de representatividade no setor público;

– reintermediação de processos, causando forte e rápida mudança cultural;

– novos modelos desconhecidos,  mais ágeis e baratos de solução de problemas, que não se encaixam no atual modelo de gestão;

– dificuldade de reter novos talentos pela insatisfação dos novos quadros;

– dificuldade de criar estratégias para o futuro.

Tais sintomas só serão superados quando mudar, pela ordem:

– a percepção do diagnóstico da crise;

– e, a partir do diagnóstico
adequado, às ações, de fato, reparadoras.

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A nossa grande dificuldade de percepção para realizar o adequado diagnóstico é o que vou chamar da “onipotência filosófica”.

Por motivos variados, ao longo do tempo, passamos a acreditar que os humanos têm mais poder do que, na verdade têm diante dos fatos e das crises.

Tal visão, se reflete de forma mais evidente em relação à natureza e outros seres vivos, mas também na concepção das ciências e, por sua vez, na gestão dos processos.

Há uma falsa concepção que todos os fatos, incluindo as crises, são provocados APENAS por intenção humana.

Como se alguém (ou um grupo) deliberadamente SEMPRE estivesse por trás de todo “bem” e todo “mal” que nos aflige.

Ou seja, sempre seríamos o principal agente do nosso destino com o poder absoluto de influênciá-lo a nosso bel prazer.

Algo como um super-deus-humano.

Isso quase sempre NÃO é assim.

Há forças acima de nós (a nível macro), que exigem aceitação e adaptação.

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Geralmente na crise, queremos mudar aquilo que não temos força para não mudar aquilo que podemos.

E esse momento de paralisia faz a crise se estender.

Estamos descobrindo que talvez essa onipotência filosófica seja a principal causa que nos dificulta diagnosticar bem as crises.

Podemos, por exemplo, dizer que, entre outras, são forças difíceis de serem evitadas e, portanto, administradas, pela ordem:

– catástrofes naturais;
– consequências do não planejado aumento populacional;
– massificação de novas tecnologias;
– mudanças culturais advindas da massificação de novas tecnologias.

Diante de tais fenômenos não podemos impor nossa vontade e nem procurar culpados.
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São forças que nos impõem mudanças obrigatórias, pois introduzem inapelavelmente um novo cenário a ser administrado, a partir de novo paradigma.

Note que muito do esforço hoje das forças reativas da sociedade procuram negar e controlar o incontrolável, diante da natureza, da explosão demográfica ou da massificação da Internet participativa com suas evidentes consequências culturais e sociais.

A chegada da Internet participativa têm, para um adequado diagnóstico, dois lados:

– o evidente (visto a olho nu) – a adesão em massa às novas tecnologias, criando uma nova cultura;

– o latente (que requer certo grau de abstração) – a demanda por novas soluções de velhos problemas, fortemente motivada por uma outra força oculta: o aumento populacional.

Ou seja, o salto de um para sete bilhões de habitantes nos faz estar muito mais ávidos do que nossos antepassados por uma nova reintermediação social, que determinadas tecnologias cognitivas permitem.

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Nada é tão consciente em cada indivíduo, mas é isso que o movimento coletivo aponta: forte demanda invisível por (re) organizações mais maleáveis e representativas.

Se existe algo, assim que vai nos ajudar a superar essa etapa conturbada podemos dizer que é combater de forma consciente nossa onipotência filosófica.

Que dizes?

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