É o samba do conhecimento muito louco na casa da mãe joana 2.0. 😉
Versão 1.0 – 21 de agosto de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
Esta semana vou até São Paulo fazer palestras no KMBrasil.
Vou lá apresentar algumas reflexões que fiz ao longo de vários anos ministrando aulas aqui no Rio no MBKM, do Crie/Coppe/UFRJ, que é fruto desse diálogo com meus alunos, clientes, autores, com a vida, enfim.
Antes de tudo, para que possamos afirmar que a gestão de conhecimento está decadente, precisamos trabalhar com algumas premissas.
A Gestão do Conhecimento é uma metodologia, não uma teoria ou uma filosofia.
As metodologias são resultados de uma visão de cenário e são criadas para que haja um alinhamento entre o que se vê no macro para se equilibrar no micro.
Assim, se concordamos que a GC é uma metodologia temos que ver as bases conceituais que a originaram para ver se são sólidas.
A GC parte da teoria que estamos vivendo a sociedade do conhecimento.
E da filosofia de que, por motivos não explicados, o ser humano em algumas fases da história começa a usar mais o cérebro do que em outras, criando projetos mais intangíveis do que em outras épocas.
Note que não nos preocupamos muito sobre a discussão da sociedade do conhecimento, pois é um conceito, similar ao da Web 2.0, criado por um americano, empacotado pelos interessados, com um ótimo marketing, que consegue uma fácil adesão.
Artigos, palestras, cursos começam:
“Já que vivemos na sociedade do conhecimento, blá, blá, blá”.
Alguém disse que uma mentira repetida mil vezes, tem cada vez mais cara de verdade.
É o caso.
Para que possamos, depois de milhares de anos na terra, definir que é justamente essa nossa sociedade A DO CONHECIMENTO temos que sempre comparar com outros movimentos passados da história.
- Em algum momento no passado tivemos outra sociedade do conhecimento?
- Quando?
- Se não tivemos, o que nos faz achar que nós, logo nós, vivemos em uma excepcionalidade histórica?
- Por quê?
- Vindo de que lugar, de que santo, de que milagre, criamos esse novo mundo do conhecimento?
Assim, podemos dizer, no mínimo, que a sociedade do conhecimento é um termo que colou, mas não se aprofundou.
Certo?
Se a base teórica é, digamos pouco consistente, quando pensamos em fazer o alinhamento metodológico teremos uma inconsistência do mesmo tamanho.
A meu ver, não há nada que nos garanta que essa hipótese “sociedade do conhecimento” possa ser encarada de forma coerente, pela simples lógica.
Assim, teríamos que procurar um novo diagnóstico para a sociedade que vivemos (cenário) para depois procurar novas vacinas (metodologia) para que possamos agir de forma mais consistente, gerando valor com menos esforço, que é a característica das boas metodologias, que têm, por sua vez, uma filosofia e a uma teoria mais consistente.
Do que estudo e vejo, posso dizer que:
- 1) o que há de novo na nossa sociedade, e isso é real e concreto, é o aumento vertiginoso da população – somos a sociedade de 7 bilhões de habitantes e nunca fomos antes;
- 2) a sociedade de 7 bilhões de habitante precisa de ambientes de produção, inovação, de comunicação e de gestão mais dinâmicos para sobreviver com a máxima qualidade possível;
- 3) essa sociedade 7.0 nos leva a um processo radical de desintermediação, com uso intenso de tecnologias cognitivas desintermediadoras.
O objetivo?
Produzir muito mais com menos, em menos tempo, sempre podendo alterar o rumo, pois o que era sólido lá fora agora é líquido e aqui dentro tem que ser líquido também!
Assim, o alinhamento geral que temos que fazer é o de criar organizações mais líquidas e menos sólidas, mais prontas para mudar.
Veremos que várias premissas da GC apontam para esse caminho, mas não de forma a incorporar para valer as tecnologias cognitivas digitais, como ferramenta principal, tendo a inovação como ferramenta metodológica e o aumento de produtividade (mais com menos) como medição final.
Digamos que seria melhor migrar para algo como Gestão da Inovação 2.0, incorporando várias premissas da GC, incluindo fortemente o uso das redes sociais.
Há que se fazer esse alinhamento, criando algo novo, que pode até se chamar Gestão de Conhecimento 2.0, sem problema, mas com um novo banho de filosofia e de teoria para que se estanque o processo de decadência.
Hoje, as empresas tem deparamentos de GC, outro de inovação, outro implantando rede social, mais um falando de comunicação 2.0.
É o samba do conhecimento muito louco na casa da mãe joana 2.0. 😉
A nível micro está se vendo por aí: muita ação, dinheiro gasto e pouco resultado, não é por que os gestores do conhecimento não são esforçados, mas por que o cavalo que eles estão montado está cada vez mais velho.
É isso,
Que dizes?
Encontrei nesse texto elementos para minha indagação sobre a falácia “Gestão do Conhecimento” pelas empresas. Buscava na Filosofia, História,comunicação, educação, cibercultura, psicologia,etc… Sei que nenhuma questão é fechada mas penso que nosso embate contemporâneo é com o “MERCADO”. Sou uma pensadora não ligada a academia. Estou aposentada e estudando de acordo com meu desejo de saber. Um abraço.
Rosalia Rocha
[…] (Critico essa visão neste post.) […]
Nepo, eu fiz o MBKM em 2008 no Rio. E interessante essa reflexao, e inovador, e futurista, mas a aplicacao da gestao do conhecimento e tao nova que ainda que ainda nao deu para amadurecer, ainda nao se estruturou totalmente, que talvez seja importante ver os resultados concretos de sua aplicacao. Mas e muito valido para inovar…