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Cuidado! O mercado é irracional e cria termos e conceitos irracionais. Cabe às teorias dar consistência ou rejeitá-los. No Brasilianês claro: temos que evitar que o rabo balance o cachorro!!!

Teoria são produtoras de metodologia.

(Assim como filosofias são produtoras de teorias)

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Como assim?

Teorias procura criar analisar as forças para criar formas de lidar com elas, em alguns momentos controlá-las em outros segui-las e se render a elas, quando são mais fortes do que as ações que possamos fazer diante delas.

Sem uma boa teoria, uma metodologia é um tipo de cartão de loteria: comprar e rezar!

Uma teoria que não visa criar metodologia não é teoria, mas artes, viagem, digressões.

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Há um problema, então, na passagem de teorias para metodologias, pois temos três instâncias: o formulador, o formulador-fazedor e o fazedor.

  • o teórico tem um perfil de formulador;
  • o metodológico tem um perfil de formulador-fazedor;
  • e o operacional tem um perfil de fazedor.

É preciso criar adaptadores, conceitos integrados, para criar uma comunicação possível entre estes diferentes perfis, sem que se abra mão do que é relevante. Pode-se negociar anéis, mas não os dedos!

De fato, hoje temos muito metodológicos e poucos teóricos, em função da Contração Cognitiva. Muitos operadores e poucos metodológicos pensantes.

Os metodológicos hoje são marqueteiros.

São, geralmente, consultores que vestem um manto sacerdotal, o reino mágico do marketing, da gravata, do sorriso branco e do cabelo bem penteado.

St. Thomas Aquinas from  by Carlo Crivelli

Hoje, os metodológicos-marqueteiros se assemelham aos padres da Idade Média, cercado de santos, de rituais para enganar os fiéis de que suas ideias vem diretamente de Deus.

Isso, aliás, é algo que acontece sempre que há Ditaduras Cognitivas: vende-se emoção e não razão.

Eles criam metodologias mágicas, sem teorias que as sustentem.

Diria que as metodologias hoje são muito mais baseadas na fé de que vai dar certo do que na razão, algo típico do final de uma forte Contração Cognitiva.

O teórico, entretanto, procura criar conceitos, quando trabalha de forma adequada, dentro de um Laboratório Teórico e, por sua vez, procura trabalhar com os metodológicos para haver alguma relação entre as forças, as tendências e a ação diante delas.

O seu papel é criar coerência entre os diversos conceitos para que possa ter uma Narrativa Teórica consistente, o que vai nos levar à metodologias mais consistentes.

(Aqueles que criam Sistemas de Pensamento juntam Filosofia, Teoria e Metodologia.Vou falar disso mais adiante.)

A passagem, assim, das teorias para metodologias é um terreno pantanoso.

É a tentativa de razão versus a emoção. O como sendo questionado do porque. É uma negociação do pensamento dedutivo (que vem das forças para o trato com elas) contra o indutivo (que vem do trato com ela para conhecer as forças).

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O que é preciso fazer é criar um tipo de túnel, de canal, entre o Laboratório Teórico e o Campo de Trabalho.

É preciso metodologizar sem perder a coerência dos conceitos jamais!

Pois se começamos a adaptar as teorias as metodologias, teremos que dar pesos irreais para as forças, o que pode nos levar a ter uma metodologia pouco eficaz.

Uma teoria procura fotografar a vida, mas não tem a capacidade de mudar a vida e seus fenômenos. Uma metodologia pode, sim, mudar a vida e seus fenômenos, mas desde que haja respeito as forças que não podem ser mudadas por ela.

Assim, a teoria tenta criar fronteiras para as metodologias. Quando estas se tornam onipotentes querem passar por cima das forças identificadas.

Tudo certo, mas não se acaba com a febre quebrando o termômetro.

Certo?

É preciso criar adaptações que permitam que o teórico consiga trabalhar os conceitos, sem perder a eficiência no campo.

É preciso ser ouvido e ao mesmo tempo ouvir.

Adaptações como Gestão de Conhecimento 3.0, Design Thinking 3.0 ou BigData 3.0 são tentativas que tenho feito de colocar o 3.0 da Antropologia Cognitiva em metodologias que, a meu ver, carecem de teorias mais consistentes.

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No terreno das aplicações metodológicas as teorias precisam e devem ser “adaptadas”, mas não desvirtuadas.

O teórico deve ser um farol para que isso não ocorra, pois ele não pode mudar a sua avaliação do peso das forças e seus contextos.

Se ele fizer isso, perde o seu papel de referência e a tendência é a metodologia comece a desmoronar.

É difícil?

Muito.

Mas quem disse que viver é algo fácil. 🙂

One Response to “Da teoria à metodologia”

  1. […] em que um teórico trabalha, dividindo a bancada em três campos: filosofia, teoria e metodologia – 28/05/14 – ver mais […]

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