Este seria o sonho de toda a Escola de Toronto e de McLuhan seu principal representante, que afirmou “O Meio é a massagem”, que acabou ficando “O Meio é a mensagem”.
Ou seja, independente daquilo que você vê na televisão, ela está mudando a sua cabeça. E isso se daria também com todos os outros meios, escrita e Internet.
Para chegarmos a uma conclusão dentro de um laboratório de neurociência, temos três elementos:
O cérebro tem duas possibilidades de mudança, que vou simplificar, como leigo no assunto:
- Software – como acontece a troca entre as peças do hardware;
- Hardware – o tamanho e aparência dos órgãos.
Os equipamentos medem as duas coisas, possivelmente, é mais provável que haja uma mudança maior nos códigos de software (“ondas”) e não de hardware (tamanho e aparência dos órgãos).
Assim, o equipamento para medir teria que ser o de “ondas” para saber o que muda.
Os testes, aparentemente, são comparativos de:
- – Quem usa a Internet, via algum aparelho;
- – Versus quem não usa, nunca usou.
Como ponto de partida, acredito que teríamos que mapear uma radicalização dos dois aspectos.
O primeiro passo seria analisar o cenário de quem usa.
Ser capaz de medir um jovem usando um computador durante um período, saindo da posição de não uso para uso e saber o que é acionado lá dentro. Alguém que tem um uso há bastante tempo desse aparelho, mas já focando na medição de algum tipo de mudança do ponto passivo (não uso) para o ativo (usando). E depois colocar no mesmo lugar alguém que nunca usou talvez de mais idade.
Essa passagem do não uso-para o uso no jovem identifica a necessidade de uma prática contínua, que iria “musculando” de alguma forma aquela região para que cada vez usasse melhor aquele aparelho, o que iria, ao longo do tempo, criando uma mudança do que era antes (não uso) para o uso.
É como se o cérebro que não estava acostumado a praticar aquela ação, começasse a usar continuamente e isso precisa ser aperfeiçoado, alterando aquela região, talvez alguma coisa no hardware, pois com o tempo tudo que vai sendo mais utilizado, o corpo acaba por desenvolver formas para que isso seja feito de forma mais fácil e menor esforço.
Teríamos que começar a pesquisa justamente sabendo onde temos que mirar os equipamentos. E aí, comparando as duas medições, perceber alguma mudança, alguma “onda”. diferente para depois escalonar, só então, isso com mais gente.
Uma espécie de piloto, como primeiro passo e depois chamar mais garotos e mais idosos para repetir o teste até termos certeza de que, de fato, isso se repete sempre.
Certamente, há estudos nessa direção para dar um atalho de caminho de onde devemos começar a medir.
É isso, que dizes?
Essa questão muito me intriga. Tenho dificuldades de entender ainda que possa haver alguma mudança plástica, de forma, no cérebro. A princípio me parece mais uma mudança subjetiva, de conexões diferentes, de novas formas de relação entre as experiências formando novas possibilidades de leitura, o que me aproxima mais da visão de alteração no software. Mas é uma ótima discussão!