- Vamos superar a ideia de que as tecnologias não mudam o mundo?
- Ou de que as tecnologias mudam o mundo?
- Nem uma coisa, nem outra.
O passo para sair do atoleiro teórico-filosófico atual é o conceito central da nova Filosofia Tecno-cognitiva, que nos concebe como uma tecno-espécie, vivendo em ambientes culturais artificiais e modelados pelas barreiras tecnológicas existentes.
Somos aquilo que conseguimos inventar até o momento.
Reinventou, mudou.
Quando inventamos novas tecnologias quebramos barreiras e passamos a ter outro tecno-cenário e ser outra espécie – estamos, assim, em eterna tecno-mutação com ciclos incrementais ou radicais, dependendo da barreira transposta.
Dito isso, as tecnologias não são assim neutras, pois elas abrem as portas das “celas” de um determinado tecno-ambiente em que vivemos para outro, criando um novo cenário para vivermos, pensarmos, evoluirmos.
Ou seja, temos barreiras que são intransponíveis em um dado tecno-contexto e que no seguinte já não são mais, o que faz com que possamos explorar novos caminhos e “mutar”.
Assim, quando barreiras são quebradas as tecnologias cumprem o seu papel de abrir estradas, mas para que as novas possibilidades sejam expandidas é preciso a figura dos inovadores que vão atuar na mudança tecno-cultural.
São eles que terão que:
– compreender as novas possibilidades;
– propor novos conceitos, produtos, serviços e práticas;
– e duelar com aqueles que resistem ao novo cenário.
Assim, não haveria inovadores se as tecno-barreiras não fossem vencidas. E nem as mudanças posteriores sem os inovadores tecno-culturais. É uma relação dialética de sinergia.
Muitos dirão que há mudanças que não são tecnológicas. E eu direi que quem achar isso tem uma visão muito limitada do que é tecnologia, pois tudo que é humano, absolutamente tudo é fruto do cenário tecnológico com maior ou menor intensidade.
É isso, que dizes?
[…] Ou seja, o ser humano por ser tecno-cultural se modifica, conforme as tecnologias aparecem e possibilitam coisas que antes não eram possíveis, como detalhei neste texto. […]