A crise das organizações nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.
As organizações vivem o fim de um longo período de concentração das ideias, que chamo de Ditadura Cognitiva, quando o pêndulo tende a retração e não à expansão.
Há nesse período, principalmente no século passado com a massificação dos meios eletrônicos verticais, uma radical redução da pressão exercida pela sociedade nas decisões organizacionais.
Isso teve como consequência um aumento do isolamento das decisões das organizações frente os interesses da sociedade.
Isso gerou, ao longo do tempo, dois macro e coletivos transtornos afetivos cognitivos já identificados aqui: aumento da taxa de narcisismo e da perversão organizacional.
As autoridades organizacionais são valorizadas, dentro desse ambiente isolado, mais e mais por tomar as decisões voltadas para auto-preservação e cada vez menos pelos serviços que prestam para fora.
Isso é consequência do desequilíbrio entre o poder de comunicação de dentro para fora (monológico) muito maior do que o de fora para dentro (mais dialógico).
Estabelece-se, assim, um critério de que é a sociedade que deve se moldar muito mais as organizações e não o contrário.
(Onde se ouve hoje a ideia de voltar a ter organizações focadas no cliente e não mais dando facadas neles.)
A taxa de participação de fatores externos nas decisões internas tende a níveis muito baixos.
Este isolamento, tende a, aumentar as taxas da prática:
- — do lucro pelo lucro e não pelo serviço ou ganho social do empreendimento;
- — de produtos e serviços sem um cunho ético;
- — dos critérios de valorização pelos serviços prestados para dentro e não para fora, tais como apenas o resultado para os acionistas e não para o conjunto da sociedade.
Tais organizações serão mais e mais discriminadas ao longo do tempo. E perderão valor para aquelas que apontem soluções melhores.
A crise nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.
Isso só é possível, através do uso inteligente das novas plataformas colaborativa digitais, que viabilizam a criação do que chamo de criação do método de meritocracia de massa.
A base para tomada de decisões, onde se inclui no epicentro o cliente e a sociedade, como fatores relevantes para exercer a governança.
Isso pode ser feito, através da criação de laboratórios de inovação colaborativa digital, que apontem projetos-pilotos nessa direção.
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