Versão 1.0 – 19/09/2013
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
A passagem da contração para a expansão tecno-cognitiva tem forte influência nos nossos egos.
(Ver mais sobre contração e expansão aqui.)
Nossos atuais egos foram moldados e aprenderam a trabalhar em um mundo monoteísta que definia um critério fechado da verdade para divulgar e não se admitia ou esperava-se mudanças na interação, pois eram muito esporádicas, pois os meios assim exigiam.
É o modelo típico da escrita e depois dos meios eletrônicos de massa.
Leva-se muito tempo para produzir a verdade e depois muito mais tempo ainda para retro-alimentá-la.
Isso foi endurecendo os egos para a interação, pois o ciclo de mudanças era extremamente lento e os autores de quem produzia a verdade pouco interagia com quem as consumia. Foi se criando uma ilusão que estavam certo, não pela verdade proferida, mas pela incapacidade de serem contestadas. Fomos construindo os verdadeiros donos das verdades absolutas, tanto de quem produz, e, por incrível que pareça, de quem consome, que adotou o mesmo modelo no seu condomínio de verdade fechado. (ver mais aqui.)
Sendo também incomum a retro-alimentação, pois a distância entre autor-consumidor de informação era grande e imperial, do alto de poucos para muitos.
Este modelo de produção da verdade moldou a cultura da sociedade atual, as organizações, os egos das pessoas e, talvez, a plástica cerebral. (Cabe ainda aprofundar as influências do ego na plástica cerebral e vice-versa.)
O novo ambiente tecno-cognitivo, entretanto, pede a dissolução desse ego monoteísta, pois:
- – a interação é constante;
- – as fontes se multiplicaram;
- – a possibilidade de modificar os registros é muito grande;
- – mais gente pode opinar e apontar uma verdade mais complexa e colaborativa;
- – a retro-alimentação deixou de ser rara para ser abundante, constante.
O ego monoteísta, que precisa combinar com seus pares para interagir, começa a ficar cada vez mais lento e inapropriado para um mundo que pede interação e modificação constante. (E isso vale também para as organizações que precisam criar modelos de governanças compatíveis com a interação)
O ego precisa, assim, ser retrabalhado para se tornar compatível com o novo mundo da interação, deixando que a verdade não seja mais aquela combinada, mas aberta a ser feita com quem interage com ele.
É uma verdade mais líquida, que pede um ego líquido, aberto, politeísta.
A verdade hoje não vem de cima, vem dos lados.
Sim, sem dúvida, o desafio é grande.
Que dizes?