Toda pessoa tem direito às próprias opiniões, mas nem todo mundo tem direito aos próprios fatos – Michael Shermer – da coleção;
Versão 1.0 – 10 de abril de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode redistribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
(Estamos discutindo sobre realidade no curso de Estratégia de Marketing Digital, no IGEC, com a turma dig10. O objetivo é ajudá-los a estarem mais aptos para projetar o futuro.)
Cada um tem a sua versão da realidade, percepção.
Teríamos, assim, bilhões de verdades no mundo.
E de fato há uma subjetividade de cada um que significa que ao vermos um mesmo filme, ao ler um livro, ao assistir a uma determinada cena na televisão, temos reações diferentes.
Há uma verdade que podemos dizer que é subjetiva que faz com que tenhamos sentimentos distintos em relação às coisas de maneira geral.
Os artistas procuram expressar esses sentimentos em obras de arte para alargar nossa percepção da realidade.
A verdade subjetiva não é passível de medição.
Gosto não se discute.
Cada um tem o seu e isso é algo que sempre será assim.
Diversidade.
Porém, o mundo não é subjetivo!
Há fora da nossa verdade subjetiva os fatos da vida com os quais temos que conseguir equilibrar.
E aí está a sabedoria da vida: conseguir separar o que é um delírio de algo que pode ser viável.
É aonde a nossa verdade subjetiva – e nossas fantasias do que é o mundo – se deparam com coisas, fatos, dados, situações que mostram que nem sempre nossas percepções se encaixam com o que podemos chamar de “realidade”.
De quando em vez, alguém bate na porta:
“É a realidade, posso entrar?” 😉
Por mais que achemos que somos imunes a determinadas doenças, se não tomarmos algumas precauções elas podem nos atingir.
Podemos dizer que já fatos que “quebram” nossa verdade subjetiva e que temos que repensá-la para poder continuar existindo.
Loucura é não conseguir se adaptar aso fatos.
Lembro de um padre aqui no Brasil que acreditava ser possível voar bem longe com balões de festa, apesar das recomendações em contrário dos cientistas, saiu para testar seu sonho:
Padre morre após levantar vôo com mil balões de festa
Digamos que a verdade subjetiva do padre não levou em conta diversos fatos já comprovados por pesquisas que os balões não resistiriam a viagem programada.
Ele quis pagar para ver.
Dizem que levou um GPS e suas últimas palavras foram:
“Como isso funciona mesmo?”.
Ou seja, nossa percepção da verdade subjetiva pode se transformar em qualquer expressão artística, porém ao tentarmos colocar nossa visão subjetiva de mundo em prática, seja na vida profissional ou pessoal, devemos confrontar nossa percepção com os fatos, com os estudos que foram feitos sobre ele para poder ir adiante.
Temos uma mente que gosta de agradar aos outros e acreditar em fumaça.
Quanto mais olhamos a fumaça e não o fogo, mais longe estamos do que podemos chamar de realidade.
Assim, podemos dizer que todos tem a sua realidade, percepção, até os fatos em contrário.
Nesta entrevista para o Valor para Carla Rodrigues, Michael Shermer, neurocientista, tem uma frase lapidar. Veja aqui também na Época.
Toda pessoa tem direito às próprias opiniões, mas nem todo mundo tem direito aos próprios fatos.
Os estudos sobre o fechamento precoce de novas empresas no Brasil demonstram que a maior parte dos empreendedores partem de suas ideias (percepções subjetivas sobre o mercado), mas são poucos os que fazem pesquisa para saber se o negócio que deseja montar já existe, se há demanda e que tipo de capacitação é necessária para que tenha uma taxa maior de sucesso.
As pessoas confiam “no seu taco”, que é a percepção da verdade subjetiva sem dados e fatos da realidade.
Podemos dizer assim que a loucura humana é uma taxa de crer cegamente na sua verdade subjetiva, a despeito dos fatos.
Quando acreditamos que a verdade subjetiva, por si só, é suficiente para nos determinar as decisões práticas na vida, das mais simples às que colocam nossa vida profissional, ou a própria vida em risco.
Que se resume nessa frase:
Você pode achar que voa e escrever um poema sobre isso, mas não deve pular da ponte para testar esse hipótese.
Ou seja, as verdades subjetivas, nossas intuições, nos diferenciam das outras pessoas, mas elas precisam ser testadas, verificadas, analisadas para saber se elas são fruto apenas de nossas viagens. E como podemos testá-la para transformar um sonho em algo viável.
(Lembra-me o filme “Mentes Brilhantes”, na qual o matemático – que vê figuras que não existem – pergunta para seus alunos se os novos personagens que aparecem em sua vida são reais.)
Diante disso, acredito que o ser humano vive um dilema que tentei trabalhar neste post.
Convivemos com taxas maiores ou menores de falso-eu.
Da nossa capacidade de ver nossas loucuras de fora e poder saber até que ponto é algo apenas subjetivo que daria um poema, um quadro, um conto. Ou é algo que pode nos guiar para uma ação prática na nossa vida profissional.
Na arte vale tudo, na vida profissional, nem tanto.
A sabedoria para perceber a diferença entre as duas é a chave para que possamos utilizar nossa subjetividade e intuição, sem tentar subir no céu com balões que podem estourar e nos fazer cair lá de cima.
É algo fundamental para quem quer ingressar no mercado e ainda mais fazer estratégias – que é justamente a capacidade de separar o que é verdade subjetiva dos fatos da vida.
A utopia é justamente ter sonhos coletivos.
Que dizes?
Resumo da Aula 04.04.2012 – DIG10
Taking the red pill, por Renata Freihof
Filosofia:
Significado da vida
O que é o ser humano?
O que acontece? Qual é a nossa potência e a nossa impotência?
Filosofia da Ciência:
Reflexão e pensamento
Conhecimento
Realidade
Como a gente pensa
Teoria:
Métodos científicos
Hipóteses, análises
Como funciona?
Metodologia:
Aplicação da teoria
Aplicação da Metodologia:
Ações baseadas na metodologia
– Discussão: Realidade existe?
Votação em sala:
Existe 1 realidade: 5 alunos
Existem várias realidades: 9 alunos
Não existe realidade: 2 alunos
Discussão aberta sobre realidade X verdade
– Indicação de livro: “Criação Imperfeita” – Marcelo Gleiser
– Consciência do aquário – Marcelo Gleiser
A realidade é histórica. Nunca chegaremos a uma realidade final. No máximo, chegaremos até a parede do aquário. Podemos empurrar a parede do aquário para nos aproximar da realidade.
– Desenvolvemos ferramentas para desvendar a realidade. Assim, nossa percepção do mundo amplia a visão de realidade e nos aproximamaos da parede do aquário
Ex: telescópio
– Como ocorrem as mudanças da percepção de realidade:
1 – Sacação (mente brilhante/ associação de resultados)
2 – Tecnologia nova, completamente diferente
3 – Fenômeno novo (ex: Aids, aparecimento de ETs)
– Qual é a nossa impotência humana com relação à realidade?
Teorias: Pessoas se juntam para definir, construir, para chegara um consenso, se aproximar da realidade.
Realidade: O que você pode medir; certo conhecimento sobre algo; ser menos surpreendido.
– Indicação de livro: “Caixa Preta” – Ivan Santana
Percepção da realidade – individual
Percepção coletiva da realidade – senso comum
Relação com o filme Matrix:
Pílula vermelha (filosofia) – Perceber Matrix de fora e descobrir que foi construído por alguém. Abrir a mente; olhar, apesar de não conseguir sair dessa realidade.
Ou seja, entrar no mercado acreditando em Matrix, sem olhar de fora, é como ser um mero aplicador de metodologia.
Conforme subimos de nível, mais fácil conseguimos visualizar a situação de cima, ver a luz e o mundo de fora da caverna.
Há muitos outros com Falso-EU, não só nos aspecto pessoal, mas sobretudo quando se incorporam de um cargo. Quando é exatamente nesse momento que há a oportunidade da mudança e liderança mais eficaz. Antigos espíritos ‘chefetes’ arcaicos aparecem e toda uma equipe, dpto ou objetivos de uma empresas “correm pelo ralo”. Atualmente, a aplicação da metodologia ‘Coaching’ vem melhorando muito essa visão 360º dentro das empresas ‘BOOMERANGUE’ no sentido individual. Gosto muito delas e as acho proveitosas para mudanças mas orgânicas na visão que cada um tem dos desafios diários de um profissional, principalmente os digitais.