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Versão 1.0 – 10/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Não se pode acreditar que nada vai mudar e nem que tudo vai mudar, de uma hora para outra, pois a construção da verdade é a mola principal que estrutura toda a sociedade. E é justamente isso que estamos mudando com a Internet.

O modelo atual de construção da verdade é baseado no modelo tecno-impresso-eletrônico, que tem duas características, como todos os modelos cognitivos que entram em obsolescência.

  • O tempo de uso – o período que durou e seu desgaste natural frente à novas complexidades;
  • A sua anatomia própria – que é o modelo suas qualidades e defeitos, independente seu desgaste.

Podemos dizer, assim, que se fosse possível isolar um país de todo o mundo e da influência da Internet, com um tamanho de complexidade similar, o atual sistema cognitivo impresso-eletrônico poderia se perpetuar ad-infinitum, pois tem seus méritos, não é melhor ou pior do que o atual, é ajustado para uma dada complexidade que não existe mais.

Entrou em obsolescência, pois há o tempo de uso, que faz com que as organizações tenham aprendido a se utilizar dele, criando um círculo vicioso, tornando o método de validação da verdade cada vez mais menos dinâmico, representativo e meritocrático, além de ser confrontado com o novo que surge e se massifica trazido pela nova tecnologia cognitiva.

É bom separar as duas coisas, pois o ambiente cognitivo é feito por um dado momento histórico, que acaba por moldar a sociedade. As suas qualidades mais dinâmicas, como ocorreu nos últimos 200 anos, permitiu um salto demográfico de 1 para 7 bilhões.

Foi justamente essa virtude, entretanto, que nos trouxe para a atual crise de obsolescência do modelo, em função da nova complexidade de 7 bilhões de almas  Não podemos, portanto, julgar ou avaliar o antigo sistema cognitivo e a atual sociedade (democracia/capitalismo) pela atual decadência, pois vamos ignorar o desgaste do tempo de uso e seus modelos criados para uma complexidade muito menor sem a atual alternativa para resolver suas crises.

Não se trata nem de uma crise do capitalismo ou da democracia, mas do modelo democrático e do capitalismo dentro de um ambiente cognitivo obsoleto. É preciso reinventar os três, a partir das novas possibilidades que o novo ambiente permite e essa é a construção que temos pela frente, separando o que deve ser preservado e o que deve ser alterado.

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Isso é muito importante para se pensar as novas alternativas, pois qualquer posição dogmática, livre de tensões contraditórias, seja pela manutenção do passado, ou a imposição do futuro, passa por um equilíbrio daquilo que deve ser preservado e o que deve ser alterado.

Por isso, o momento da crise de transição pede calma e cuidado.

Não se pode acreditar que nada vai mudar e nem que tudo vai mudar, de uma hora para outra, pois a construção da verdade é a mola principal que estrutura toda a sociedade. E é justamente isso que estamos mudando com a Internet.

Como vimos neste post, a base principal do processo de mudança passa pela nova possibilidade que temos agora de criar uma conversa nova e inédita entre tribos que não se falavam.

Há uma quebra da construção da verdade vertical por uma renovada conversa entre indivíduos que estavam isolados. Todos sabemos que o isolamento é o principal fator de loucura, neuroses e visões distorcidas da realidade.

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Assim, o primeiro passo para criar um método mais representativo da construção da verdade é a abertura dos canais do diálogo para que eles aconteçam no presencial ou a distância.

Não temos métodos, entretanto,  dentro do atual ambiente cognitivo para que este diálogo aconteça a distância a não ser que baseado no controle vertical de alguém que afere de cima para baixo a importância de uma dado texto, discurso, pessoa, vídeo, blog, etc…

Ou seja, é preciso abrir o diálogo a distância tal como comentários em jornais, mas é preciso que possamos aferir o que é relevante para o coletivo e o que não é. Nessa linha, é preciso inovar com o novo ambiente e é essa a sua principal novidade: a comunicação algorítmica ou química, que estamos imitando das formigas.

Ao visitar um dado registro/pessoa, clicando, de forma involuntária, ou curtir, estrelar ou comentar, um dado registro de forma voluntária estamos dando ao sistema, agora completamente digital e rastreável, a possibilidade de gerar um significado coletivo, antes impossível, através de algoritmos (a la Google) que podem, conforme o trabalho do gestor da plataforma, gerar mais relevância.

Esta é a base principal para que possamos construir uma nova verdade que podemos confiar.

Nada impede que os antigos validadores possam, de alguma forma, como é feito em vários sites, no qual se separa a indicação coletiva da feita pelos especialistas, agregar, para quem deseja, a opinião do antigo validador, sem perder a opção da avaliação coletiva.

Há, assim, algo a ser preservado e outro a ser profundamente alterado, só a sabedoria nos ajudará a separar os dois.

Que dizes?

 

 

One Response to “As crises dos modelos cognitivos obsoletos”

  1. […]  como temos visto aqui no blog, vivendo o final de uma forte concentração de ideias, o que nos leva a uma crise da produção de […]

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