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As novas cooperativas de táxi digitais criam uma reintermediação com novas bases de relação cooperado-cooperativa, motorista-passageiro com algo mais sofisticado e que permite uma avaliação mais precisa dos que prestam serviço.

Versão 1.0 – 27 de agosto de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Desenvolvi aqui o macro movimento dos ciclos de intermediação e desintermediação na sociedade.

Vamos aprofundar o tema, criando um novo conceito a REINTERMEDIAÇÃO.

Muito do que assusta as pessoas com a chegada de uma tecnologia cognitiva desintermediadora, tal como o papel impresso no século XV e a Internet no final do século XX é de que estaríamos entrando num mundo SEM CONTROLE.

Na verdade, analisando mais detalhadamente o que estamos vivendo podemos dizer que vivemos três movimentos:

  • Intermediação – que marca o fim do controle de ideias de um ambiente informacional fortemente dominado pelas organizações de plantão, que pela sua rigidez abafa a troca, portanto, a inovação;
  • Desintermediação – que marca o início do descontrole de ideias com a chegada de novo ambiente  informacional, motivado por nova tecnologia cognitiva desintermediadora, no caso atual a Internet;
  • E a Reintermediação – que é a reorganização da sociedade, a partir de um novo parâmetro, e regras de controle, de validação, do estabelecimento de novo modelo de confiança, a partir de novo paradigma e conceitos.

Para entender melhor, peguemos um exemplo bem prático, com a chegada dos aplicativos para táxi, via celular.

Já tive contato mais diretamente com três: TaxiBeat (do qual já detalhei mais), Resolveaí e Safer Taxi.

Os três resolvem usar integral ou parcialmente as ferramentas disponíveis: celular, geoprocessamento e redes sociais para criar uma reintermediação.

Vêem quebrar um modelo de cooperativa (agrupamento/intermediação) do século passado.

Hoje, muitos táxis são intermediados por cooperativas, que formaram um movimento importante para aproximar passageiros e taxistas, ao longo do século passado.

As cooperativas atuais agrupam, criam um canal de confiança, atendem a uma determinada zona, estabelecem serviços, regras e pagamentos. É um modelo baseado nas tecnologias cognitiva disponíveis, através do rádio, telefone, que permitiam um tipo de relação entre cooperados-cooperativa e passageiros-cooperativa/taxistas.

Obviamente, que com o tempo há uma consolidação do modelo, seguido, em alguns casos, de burocratização, tornando o serviço cada vez mais caro para os cooperados e nem sempre eficiente.

O Taxibeat e o SaferTaxi optaram por criar um novo canal de intermediação, reintermediando os taxistas. Ou seja, são modelos de novas cooperativas digitais, que estabelecem uma nova forma de organização e de cobrança dos “neo-cooperados“.

Paga-se não mais um fixo por mês, mas por corrida.

Permitem que os passageiros possam avaliar os motoristas com estrelas, usando a rede social para gerar karmas digitais e um novo ambiente meritocrático.

Ou seja, é uma reintermediação com novas bases de relação cooperado-cooperativa, motorista-passageiro com algo mais sofisticado e que permite uma avaliação mais precisa dos que prestam serviço.

O ResolveAí optou por outro modelo, pois é uma outra espécie de reintermediação, via cooperativas. Ou seja, as cooperativas atuais continuam a fazer a intermediação dos taxistas, criando um modelo misto do antigo como o novo, por causa disso oferece muito mais motoristas do que os demais, pois é uma ponte mais suave entre o passado e o futuro.

Não é nem melhor, nem pior, é outra via.

Não podemos afirmar qual vingará, pois deveremos ter vários modelos em paralelo, pois o mercado é vasto. Note, entretanto, que a tendência nos aponta – com a difusão e o barateamento de custo do celular com Internet – a uma  revisão inevitável e cada vez mais emergente do modelo atual. ( O mesmo se dá nas outras organizações da sociedade.)

Tais exemplos nos dão uma boa ideia do mundo que estamos e para onde vamos, podemos concluir que:

1- haverá no final do túnel uma reintermediação das organizações em novas bases mais sofisticadas, mais meritocráticas que a atual, com risco de uma nova consolidação e burocratização, com o passar do tempo;

2- o modelo atual será cada vez menos eficaz diante das novas alternativas;

3- todo o ambiente será reinventado, com diferentes modelos de passagem, uns mais suaves e outros mais radicais, porém, todos com o mesmo objetivo: redução de custo, aumento de conforto e qualidade para toda a rede;

4- é inevitável a mudança;

5- por fim, ao final de tudo, entraremos em outro modelo de controle melhor do que o atual e pior do que virá mais adiante, em um eterno ciclo de intermediação, desintermediação e reintermediação, motivados por diversos fatores, mas principalmente por novas possibilidades de comunicação e informação, via tecnologia cognitivas.

É por aí,

Que dizes?

10 Responses to “O processo de reintermediação”

  1. Meshing? vide: http://meshing.it/

    Mais um novo conceito “reintermediação” de fato acrescenta algo à discussão? Não é apenas mais uma forma da tecnologia mudar modelos de negócios?

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Rodrigo,

    não sei, mas quando surge algo que você não consegue descrever, precisa vir um conceito.

    Desintermediar, intermediar e reintermediar..que é o que está acontecendo agora….

    É apenas mais uma forma de mudar modelos de negócios, mas somos especialistas, temos que aprofundar o tema mais do que a maioria das pessoas….

    Vamos em frente, abraços,
    grato pela visita.

  3. Eline disse:

    O ambiente de negócios será reinventado também pelo fator “tempo”,e por serem “mais simplificadores para o usuário”.
    A importância de se estudar a reintermediação é que ela é determinante para a sobrevivencia ou não de um modelo já adotado. É processo contínuo, quando no mundo 1.0 isso não era uma questão. O planejamento estratégico não pode ser feito mais anualmente, mas sim a toda hora, em função das tecnologias desenvolvidas.

  4. Carlos Nepomuceno disse:

    Eline, por aí….

    Notem que têm gente que defende que não há desintermediação, há os que
    Acreditam apenas na desintermediação,
    Porém é mais próximo do real a reintermediação, que é, na verdade, o “recontrole”.

  5. Eline disse:

    A reintermediação é como se num jogo de xadrez, as peças tivessem, num determinado momento , “poderes” diferentes. Atribui-se ao “peão” um poder de “torre”, ou “rainha”. Os participantes do jogo ganham um “poder” novo no tabuleiro. É sempre uma questão de poder?

  6. Sandro Barretto disse:

    As palavras ‘controle’ e ‘poder’ são figurinhas fáceis no dicionário do novo consumidor, desde que foi eleito ‘person of the year’ pela Time (ou até mesmo antes disso).

    Dar-lhes o poder de escolha e colocá-los no controle do uso de um serviço é uma mudança difícil para grandes corporações e que mexe nas bases estruturais que sustentaram seu crescimento durante décadas. Até mesmo para as novas, enxutas e inovadoras empresas não é um conceito fácil de ser implementado.

    Por isso é interessante destacar nesse debate sobre ‘reintermediação’, que a Taxibeat é o único aplicativo que oferece o poder de escolha ao usuário de táxi. Cada pessoa, de acordo com suas preferências e necessidades, escolhe qual o taxista possui o melhor perfil para atendê-la.

    Além da desintermediação e da meritocracia (com as avaliações), acrescentamos a personalização do serviço, complementando a ‘trilogia’ do verdadeiro mercado 2.0.

    Que dizes? 😉

  7. Carlos Nepomuceno disse:

    Sandro, andei pensando sobre isso e acho que a “reintermediação” não terá um caminho único, mas vários, conforme contextos, possibilidades.

    Vejo todas as iniciativas como passos interessantes, a do TaxiBeat seria algo mais “puro” da nova ordem, mas quando se quer um táxi, por exemplo, não se tem, pois ainda temos pouco motoristas.

    O Resolve aí já tem 2500 cadastrados, pois começou direto com as cooperativas…ou seja, um está mais afinado com o presente e outro com o futuro.

    Viveremos um mix de reintermediações que vão – a partir do custo/benefício de todos na cadeia aparecendo os que mais serão eficazes.

    O SaferTaxi, pelo que conversei com o taxista, é bem parecido com o TáxiBeat na forma de cobrar, por corrida e permite a escolha do motorista, idem.

    Assim, vamos perceber que temos no geral a reintermediação de várias maneiras – possíveis para cada contexto.

    O importante é que todos os agentes da cadeia possam experimentar e ter opções diferenciadas…que torna o sistema mais rico.

    É isso, que dizes?

    abraços,
    N.

  8. Carlos Nepomuceno disse:

    Rolando papo sobre este post no face:

    http://www.facebook.com/carlos.nepomuceno/posts/278538042255215?comment_id=1228200&notif_t=like

    Quem não for meu amigo, me pede, que eu aceito.

  9. Sandro Barretto disse:

    Nepô, a ideia de “mix de reitermediação” é realmente bem interessante. Vale a pena refletir sobre esse aspecto, pois abre um novo leque de possibilidades.

    Nossa frota de taxistas cresce a cada dia e, em pouco tempo, teremos opções de táxi cobrindo todas as regiões do Rio. Sem querer puxar a sardinha (já puxando), o poder de escolher o taxista é exclusividade da Taxibeat. No caso de outros apps, a escolha do taxista é feita pelo próprio sistema cabendo ao passageiro, no máximo, aceitar ou não a opção apresentada a ele.

    Mas, como vc disse, opções diferenciadas tornam o sistema mais rico. E isso é bom para todo mundo. 😉

    Grande abraço

  10. […] na última semana deparei-me com pessoas que se mostraram desconfiadas com a nova forma da reintermediação em curso. Este, aliás, é o maior medo da humanidade hoje em […]

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