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Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle –  George Buckey, presidente da 3M – da minha coleção.

Há uma relação direta entre controle da informação e inovação.

A China controla fortemente a informação, pois só copia e repete.

Cria pouco.

No dia que quiser começar a inventar coisas novas, vai haver um conflito entre a censura e os pesquisadores de ponta.

E vão pedir de joelho para o Google voltar.

No Brasil, estamos parados no sopão da mesmice.

Do jeito que vamos e aceitamos de somente oferecer ao mundo matéria-prima e comida, nosso ambiente controlado e estático,  está para lá de suficiente.

O mundo 2.0 por aqui vai andar, como já anda, com freio de mão ligado!

(Não falem do mundo externo, do usuário pessoa física, digo dentro das pessoas jurídicas.)

No dia que alguém vier querendo uma indústria de ponta para valer com valor agregado, nosso calhambeque informacional 1.0 vai ficar no acostamento.

Aqui, vale quem é amigo do rei.

A meritocracia é uma palavra esquisita que 98% da população não sabe o significado, nem de forma teórica ou prática.

Empresas de ponta, inovadoras, precisam de ar, oxigênio.

De valorizar quem pensa diferente.

Os criativos precisam de espaços acolhedores para produzir!!!

E a ponte entre a invisibilidade e a influência deve estar aberta.

E o tempo para cruzar as margens deve ser cada vez menor.

Ninguém pensa ou cria na prisão.

Ou melhor, até cria, como temos vários exemplos no mundo, mas não co-cria com outros prisioneiros.

E nem inventa se não é valorizado e estimulado.

A Internet cria um ambiente de conhecimento de oxigenação social para revisar a civilização passada, mas este espaço, infelizmente, não nascerá ou será para todos.

Há uma divisão da inovação no mundo, os setores de ponta fina e os de ponta grossa.

Um ecosistema, que puxa todos, sem dúvida, para o empoderamento para as pontas, mas de forma distinta.

Nós estamos no segundo time.

Entre aqueles para os quais o empoderamento das pontas se dará de forma mais lenta.

Claro, que há ilhas no país.

Uns aviões produzidos aqui (que quando entra em crise manda não sei quantos trabalhadores do conhecimento embora, num modelo nada 1.0)

Umas pesquisas bio-não-sei de que acolá.

Portanto, assim, uma relação intrínseca entre:

  • Tipo de produto e serviço que se vende e se propõe a fazer, com mais ou menos complexidade;
  • Com mais ou menos ciclo de vida entre o antigo e o novo produto ou serviço;
  • Mercado mais ou menos competitivo ou monopolizado;

Versus:

  • Controle de informação modelados para que a produção (mais ou menos colaborativa) ocorra, com redes mais ou menos centralizadas.

Quem não quer a ponta, vai necessariamente ter mais controle, evitando, ao máximo qualquer papo 2.0, pois, apesar de se render mais com a descentralização, os ganhos não são tão visíveis. Pra quê? Perguntarão.

Ou seja:

Quanto mais rígidas e centralizadas estiverem estruturadas determinada rede, mais o conjunto será dependente de como pensa o poder central, tendo, assim, como consequência, menos autonomia. Espera-se mais, pensa-se menos, a base de indústrias pouco criativas. Governos mais centralizadores (e até populistas) e mais investimento no poder estatal, cujo controle é maior.

O inverso também é válido.

Quanto menos rígidas e menos centralizadas forem as redes, mais o conjunto passa a se independer do poder central e mais os princípios que norteiam toda a rede precisam ser compartilhados e introjetados para possibilitar a maior autonomia das pontas. Espera-se menos, pensa-se mais, a base de indústrias criativas. Governos descentralizadores e mais investimento nas pontas e incentivo ao empreendedorismo, espalhando o poder para as pontas.

  • No primeiro tipo, a regra, a hierarquia e a ordem têm papel de destaque.
  • No segundo, a descentralização, a autonomia, o bom senso e a  auto-regulação imperam.

Hoje, a maioria das organizações e governos, por tradição do ambiente de conhecimento anterior, pratica o modelo de redes centralizadas.

Países e organizações que querem a ponta vão migrar como coelho – com já fazem –  para o mundo 2.0, mas só aqueles que querem inovar e estar na ponta.

Os demais vão ficar – com razão – dizendo que não precisam, pois aceitam a sua condição de periferia, num ambiente do século passado, produzindo tudo aquilo que quem está na ponta 2.0, não quer mais.

Há, entretanto, diferenças entre os diversos setores de uma mesma empresa.

Nem todos são iguais, há os que exigem mais ou menos inovação.

Deve-se tentar implantar redes mais descentralizadas no segundo.

Ou seja, a Web 2.0 não nascerá ao mesmo tempo para todos.

Talvez, alguns, como hoje temos hoje massas de analfabeto, nunca saibam o que é compartilhar em rede eletrônica.

E assim caminha – mal e porcamente – a humanidade.

Resta sabe o que podemos fazer para reverter esse quadro com sabedoria.

Diz aí….

PS – uma discussão sobre este assunto, nossa incapacidade de inovar pode ser lida neste artigo:

Inovação: futuro da indústria?

O que reforça a nossa incapacidade brasileira para inovar, o autor, presidente da Federação das Indústrias do Paraná, destaca:

“Baixa escolaridade, juros altos, encargos e tributos elevados e burocracia excessiva compõem um custo sistêmico que compromete a competitividade.(…) Não há no horizonte próximo qualquer sinal de mudanças substantivas capazes de proporcionar maior funcionalidade ao estado brasileiro. (…) Temos três questões complicadas a resolver: não permitir valorizações do câmbio e reduzir sua volatilidade; melhorar a qualidade do ensino e expandir de forma rápida a formação média, técnica e superior, especialmente em engenharia; reduzir o custo de capital e facilitar o acesso ao crédito de longo prazo. Não são tarefas simples e há anos elas habitam nossa agenda de “futuro”. Mas sem encará-las de frente será difícil assegurar competitividade ao sistema produtivo brasileiro”.

Notem que as demandas de quem quer um Brasil inovar, batem de frente contra o sopão da mesmice, insuflado pelo mercado financeiro, que tem outro ponto de vista, diferente do apresentado acima.

Veja detalhes neste post sobre o Brasil 1.0.

3 Responses to “A relação dos tipos de rede com inovação”

  1. […] (Mas note que nem sempre é assim, no livro, Quem está no comando – Ori Brafman o autor analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas. Ou seja, a Web ajuda, mas por trás da tecnologia deve existir um conceito. Que é mais ou menos premente, a partir da necessidade de inovar daquele determinado grupo. Ver mais sobre a relação de rede com inovação aqui) […]

  2. […] (Mas note que nem sempre é assim, no livro, Quem está no comando – Ori Brafman o autor analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas. Ou seja, a Web ajuda, mas por trás da tecnologia deve existir um conceito. Que é mais ou menos premente, a partir da necessidade de inovar daquele determinado grupo. Ver mais sobre a relação de rede com inovação aqui) […]

  3. […] (Mas note que nem sempre é assim, no livro, Quem está no comando – Ori Brafman o autor analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas. Ou seja, a Web ajuda, mas por trás da tecnologia deve existir um conceito. Que é mais ou menos premente, a partir da necessidade de inovar daquele determinado grupo. Ver mais sobre a relação de rede com inovação aqui) […]

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