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Universidades de maneira geral e no Brasil em particular foram feitas para consolidar e repetir padrões.

Talvez inovar, mas não de forma disruptiva.

Universidades foram feitas para certificar pessoas e ideias. Dar um carimbo de “acadêmico”.

Universidades não trabalham, de maneira geral, em problemas, mas em produzir conhecimento para pessoas que vão resolver problemas.

Universidades, assim como organizações tradicionais de todas as áreas, não foram feitas para lidar com  futuro disruptivo, mas para garantir padrões na estabilidade.

Temos crise acentuada agora – ainda mais nas áreas que se propõem a estudar o futuro.

Andei lendo vários artigos dos especialistas sobre o Futuro na academia e identifiquei três problemas:

1 – de forma (nos textos):

A academia só reconhece como válido o que é baseado na sequência de pensamentos, seguindo as normas de citações, através de texto escrito.

Não existe a possibilidade de nada diferente disso.

Tal ferramenta de sequência lógica é válida para assuntos incrementais, mas é  veneno para quem quer partir para a disrupção de paradigmas.

É necessário que em determinados assuntos mais filosóficos e disruptivos pesquisadores possam ousar na forma sequencial para que se promova debates mais abertos.

Isso implica sair não só das normas da ABNT, de citações sequenciais, algo mais próximos de ensaios para debate.

E ainda só do texto, passando, também a compor um pós-doutorado, por exemplo, com áudios e vídeos.

2 – na validação da produção

Quem se atreve a pensar o futuro, tem que experimentar novas formas de validação do conhecimento.

Hoje, temos nova linguagem dos cliques na sociedade, que permite, enfim, iniciar o processo de substituir antigos pareceristas por comunidades de leitores.

Uma espécie de uberização da ciência.

Quem pensa o futuro, tem que experimentar novas formas de se produzir conhecimento sobre ele!

3 – de forças mal avaliadas que precisam ser revistas

A meu ver, a grande demanda que temos hoje é o que vou chamar de meta futuro.

Meta futuro é analisar filosoficamente a forma que analisamos o futuro.

O futurista entra para a berlinda.

Encontrei poucos estudos sobre a “Filosofia sobre o estudo do Futuro”, uma espécie de Epistemologia do Futuro, na qual temos que problematizar alguns temas:

  • Os conceitos de McLuhan do papel das tecnologias em nossas vidas;
  • Revisitar Malthus e pensar o que significa para o cenário futuro o salto de 1 para 7 bilhões de pessoas no mundo em 200 anos.

Temos hoje mudanças suficientes na sociedade, não previstas por futuristas, que nos levam a pensar que os cenários pré-digitais precisam ser revistos.

Ando procurando voltar à academia para debater estes assuntos num pós-doc ou algo similar. Vamos ver se encontro interlocutores. Conhece alguém?

 

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