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(parte II  – aqui.)

É preciso entender algumas coisas básicas sobre esse tema.

  1. a escola forma pessoas para viver numa determinada sociedade;
  2. o modelo desta sociedade formatará a escola, pois não adianta formar um jovem para viver numa sociedade que não existe, na qual ele não terá ferramentas para sobreviver e prosperar.

Muitos verão nestes dois itens acima o aspecto cultural, religioso e ideológico da relação escola-sociedade e isso já foi tema de milhares de livros.

O papo aqui é outro muito menos explorado.

A sociedade de maneira geral vive sob uma plataforma tecnológica-informacional.

Muito do que se faz não tem nenhuma relação com esta plataforma, mas muito tem.

Não percebemos isso, pois as plataformas tecno-informacionais se tornam invisíveis com o tempo. Nosso cérebro, que é mais esperto do que nós, precisa tornar neutro tudo aquilo que não lhe ameaça.

Revoluções Cognitivas são fenômenos sociais cíclicos que modificam estas plataformas tecno-informacionais, que sustentam o modelo da sociedade.

Tecnologias de Trocas como a linguagem oral, a escrita, o rádio, a televisão e agora as opções digitais são os canais que o Sapiens se utiliza para sobreviver.

Estamos fazendo uma espécie de transplante das veias humanas com todo mundo vivo.

Quando mudamos esta plataforma tecno-informacional, a sociedade muda de alguma forma, mais ou menos, dependendo de alguns fatores:

  • a taxa de aumento demográfico passada que gera complexidade e demanda por plataformas tecno-informacionais cada vez mais sofisticadas;
  • e o tipo das Tecnologias de Trocas que são introduzidas., principalmente a sua topologia mais ou menos centralizadora ou descentralizadora.

Assim, quando temos  Revoluções Cognitivas – o principal fenômeno na Macro-História do Sapiens – temos mudanças sociais profundas que vão gradualmente mudando a sociedade de forma, muitas vezes, imperceptível das suas verdadeiras causas.

Muitos enxergam tais mudanças e procuram entendê-las. Tenho me dedicado a essa tarefa nos últimos 20 anos.

Posso dizer que há algo mais visível que é a mudança radical da forma de circulação da informação na sociedade. Porém, outra mais oculta que é o início da alteração do modelo de administração da própria espécie.

Quando temos Revoluções Cognitivas podemos observar na sequência, Revoluções de Ideias e depois da Administração, como foi a chegada da prensa, em 1450, que viabilizou a atual sociedade moderna.

Ou a chegada do alfabeto grego, que deu partida ao mundo ocidental como conhecemos hoje.

Na verdade, procuramos criar modelos administrativos mais sofisticados para lidar melhor com a Complexidade Demográfica Progressiva, já que somos a única espécie viva do planeta (que vive em grupos), que cresce indefinidamente.

Não podemos analisar a mudança no ensino de forma isolada, sem entender que este será espelho da sociedade futura.

E que a sociedade é uma tecno-sociedade, que muda o modelo de administração de forma incremental ou disruptiva, conforme a demanda demográfica e oferta tecnológica-informacional disponível.

Não estamos mudando a escola, mas a sociedade que começará, como já iniciou, a pedir um novo modelo de ensino.

A Revolução Digital, assim, está alterando a administração da sociedade e o ensino terá que se moldar ao novo modelo que está surgindo.

Não se trata de mudança informacional apenas, mas administrativa, que mudará o modelo social e de ensino para sempre.

Detalho mais na Parte II.

Pós escrito do livro:

 

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Baixe aqui.

2 Responses to “Os impactos da Revolução Digital no ensino do século XXI (Parte 1)”

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