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Dizem que toda pessoa mais equilibrada começa a vida sendo marxista e com mais idade vira liberal. Foi o meu caso, vou explicar por que.

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A brincadeira faz sentido, pois o marxismo de fato trabalha com os fatos mais evidentes das injustiças sociais e com o questionamento da exploração do homem pelo homem, que fazem parte da espécie e sempre fizeram. Isso se junta com o espírito rebelde dos jovens e temos, então, uma adesão quase natural a um sistema que promete, aparentemente, um mundo melhor.

O problema, já agora depois da minha fase marxismo detox, que durou uns bons 20 anos, percebe-se que o problema principal da espécie não é nem a exploração e nem as injustiças sociais.

O principal problema da espécie, como o de todos os outros animais, é sobreviver, se possível, com cada vez mais qualidade. E isso implica, em termos econômicos, que se tenha o melhor sistema econômico possível para que se possa alimentar um mundo cada vez mais povoado (saltamos, graças ao liberalismo, de 1 para 7 bilhões de habitantes no planeta).

O grande problema do pensamento marxista, onde se inclui anarquistas, é querer impor à vida aquilo que ela não consegue ser.

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Ou seja, as injustiças e as diferenças sociais fazem parte de um jogo maior que é a luta da espécie para sobreviver. Todas as tentativas que foram feitas, já ocorreram muitas, de tentar um sistema econômico com foco principal no combate à injustiça e igualdade falharam, pois esbarram na incapacidade de ver a equação completa.

O que seria a equação completa?

Qual o melhor sistema político e econômico que pode garantir a melhoria contínua da sobrevivência da espécie com melhores taxas possíveis de redução de desigualdades e injustiças, sem que para isso se jogue fora a liberdade do indivíduo?

O ser humano não é aquilo que queremos que ele seja, ele responde ao que é e a história já demonstra o que é possível fazer.

O liberalismo parte, assim, diferente do marxismo, de uma aceitação de algumas regras da vida e a aceitação de algumas premissas históricas que são contra-intuitivas para um jovem, de que a melhor sociedade é aquela que a produção esteja garantida e a sobrevivência possa ter melhorias contínuas de qualidade.

Considera, assim, a questão da igualdade e das injustiças não a prioridade principal, mas a questão da sobrevivência e da liberdade, tendo a desigualdade e as injustiças como fazendo parte do pacote e não o pacote de forma isolada.

Muitos dirão que o liberalismo defendem as empresas e não a sobrevivência das pessoas.

  • E aí temos que compreender as bases do liberalismo.
  • Os contextos do pensamento liberais na história.
  • E as variações deste nas diferentes Eras Cognitivas.

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O liberalismo de raiz, clássico, é aquele que luta sempre em defesa do consumidor, da espécie, criando um sistema econômico de livre mercado, no qual a base principal deve ser a livre entrada de concorrentes para que produtos e serviços sejam cada vez melhores e mais baratos para os cidadãos.

O foco, assim, é:

  • – não partir do que o ser humano deve ser, mas do que ele já mostrou o que provavelmente é;
  • – criar um sistema econômico para este ser humano mais viável para que haja uma melhoria contínua na qualidade de sobrevivência;
  • – e que com a competição haja uma melhoria de qualidade, reduzindo, o que for possível, as injustiças e as desigualdades, sem perder o foco na produtividade e principalmente da liberdade.

Digo que o liberalismo é contra-indutivo, pois um jovem que adere aos modelos marxistas e anarquistas não consegue enxergar a invisibilidade da produção. Acreditam que os produtos e serviços continuarão existindo e, ao mesmo tempo, teremos menos injustiça e mais igualdade.

Tira-se, assim, um fator importante da equação da espécie.

O que ocorre é que, em nome de um mundo melhor, caminha-se para um mundo inviável, pois os problemas que já haviam sido superados, voltam, tal como o desabastecimento, o aumento dos custos dos produtos e serviços e, pior, a perda da liberdade.

Um centro se fortalece e começamos um ciclo totalitário.

Uma das grandes vantagens do pensamento liberal é desconfiar do poder dos centros, evitando, assim, que ditaduras ocorram.

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O que acontece geralmente – e isso a história mostra – que com uma intuição não problematizada e as as melhores das intenções, joga-se a água fora com o bebê dentro. E quando se vê, perdeu-se tudo: a liberdade, a capacidade de vencer injustiças e desigualdades e uma sobrevivência com cada vez melhor qualidade.

É isso, que dizes?

 

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