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Mercado:
lugar público onde negociantes expõem e vendem gêneros alimentícios e artigos de uso rotineiro.

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As pessoas gostam de demonizar a palavra “mercado”.

E colocam uma falsa dicotomia entre mercado versus estado.

Não existe sociedade humana sem trocas, pois o ser humano precisa sobreviver.

Quanto mais humanos, mas demanda, quanto mais demanda, mais trocas, quanto mais trocas, mais mercado.

Ou seja, em qualquer sociedade humana, independente o modelo econômico, haverá mercado.

Assim, podemos dizer que há os agentes estatais e privados – dentro do mercado – que é maior do que os dois, que atendem ao consumidor/cidadão, que dependem deles para viver com mais qualidade.

A discussão, assim, não é se haverá mercado, mas a discussão é:

Quem vai atuar e qual é a taxa de influência dos diferentes atores no mercado?

A tensão, assim, não está entre Estado x Mercado, mas entre mercado e as organizações que atuam nele e o consumidor/cidadão que é melhor ou pior atendido.

consumidor22[1]

Hoje, temos duas correntes, que criaram e incentivaram essa falsa dicotomia.

  • Os estatistas-estatais – que querem que os agentes estatais exerçam forte influência no Estado, incluindo trazendo para eles mais e mais funções, produtos e serviços, impondo ao consumidor muito mais do que se rendendo a eles;
  • Os estatistas-privados – que querem que os agentes privados, alinhados com agentes estatais, exerçam  influência no Estado,  trazendo para eles mais e mais funções, produtos e serviços, impondo ao consumidor muito mais do que se rendendo a eles;

O mercado do século passado foi o mercado em que as organizações muito mais impuseram suas regras à sociedade, do que o contrário, compartilhado pelos agentes privados e estatistas, reduzindo mais e mais o espaço do cidadão-consumidor.

No fundo, há apenas dois agentes no mercado, que têm interesses distintos e muitas vezes antagônicos.

As organizações que produzem e os consumidores que consomem.

O mercado será mais ou menos controlado pelas organizações ou pelos cidadãos/consumidores em uma tensão constante.

Assim, existe uma taxa de qualidade de mercado, no qual os consumidores/cidadãos, fim último de qualquer mercado, estão sendo atendidos, com mais ou menos qualidade.

Mercado-Central

Quando se fala na terceira via política e econômica no novo século, que seria um liberalismo renovado, que não se trata de neoliberalismo, mas pós-liberalismo, ou um liberalismo 3.0 (oral, escrito e agora digital) recolocamos o debate sobre o significado do conceito “mercado”.

O mercado como um ambiente de trocas, na qual o consumidor/cidadão foi perdendo no século passado espaço para as organizações estatais e privadas, que fizeram um conluio para evitar que o consumidor pudesse exercer mais influência.

Como?

Criando cláusulas de barreira para que novas organizações pudessem oferecer novos serviços e produtos, que atendessem melhor ao cidadã/consumidor.

O livre mercado não é o mercado que vai explorar ainda mais o colaborador e o consumidor/cidadão. O livre mercado é aquele que vai eliminar, ao máximo, as barreiras de entrada para ampliar a competição.

Quando se aumenta a taxa de competição, quem se empodera é o consumidor/cidadão. E vice-versa: quando as barreiras são fechadas, no conluio das organizações estatais ou privadas com os agentes reguladores estatais, quem perde poder é sempre o consumidor.

Nos estudos que faço sobre Liberalismo 3.0, usando a Antropologia Cognitiva, percebo que há nessa tensão a influência da demografia e do ambiente cognitivo, a mídia disponível, que faz com que a centralização do mercado aumente quando temos mais complexidade demográfico e menos ferramentas de expressão e articulação do consumidor/cidadão.

Quando aumentamos a demanda de forma muito rápida, precisamos massificar a oferta e precisamos tirar poder do cidadão/consumidor, que só o recupera quando surge uma nova mídia, que permite que se possa personalizar a oferta sem prejudicar a demanda.

É preciso, portanto, sair da cosmovisão do século passado e combater o conceito de que o problema é mercado versus o estado.

Quando, na verdade, o que sempre tivemos na história humana são organizações versus a sociedade.

E ciclos em que as organizações se empoderam, diante da falta de mídia para o cidadão/consumidor e um reequilíbrio quando elas surgem.

O que teremos que fazer agora é aumentar o peso da sociedade sobre as organizações, descentralizando a taxa de centralização do mercado: e isso é a base do movimento pós-liberal que está surgindo.

Todo poder à sociedade, reduzindo as cláusulas de barreira das organizações. O livre mercado não é explorar mais, mas justamente impedir que se explore mais!!!

General Images Of Wesfarmers Brands For Fourth Quarter Sales Results

O que coloca o movimento Liberal 3.0 em outro patamar, pois entra um movimento forte em defesa da descentralização do mercado.

É isso, que dizes?

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