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Vivemos hoje uma idade das trevas.

CaerlaverockCastle

Pode parecer absurdo, mas diria que uma idade das trevas se caracteriza pela baixa capacidade dos indivíduos da sociedade produzirem pensamentos próprios.

Esta crise do pensamento, se reflete profundamente na produção científica e no “modus operandi” da Ciência.

Há hoje em todas as organizações sociais, onde se inclui a academia, a prática de uma Governança Analógica ou Governança 2.0, que vive o final de um longo ciclo de concentração.

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A produção de bens e serviços das organizações foram, aos poucos, se voltando cada vez mais para os interesses de dentro das organizações, com baixa influência da sociedade. Esta é uma crise mundial, pois a mídia concentradora e o acelerado crescimento populacional nos levaram a essa crise.

Assim, a produção acadêmica, em particular, principalmente na área de humanas, passou a ser uma produção filosófica e teórica, mas sem metodologia.

A ciência, a meu ver, é, em última instância e este é o seu papel principal, produtora de metodologias e tecnologias que visam alterar a sociedade.

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A produção acadêmica na área de humanas princialmente, que é a base para as demais ciências, foi, aos poucos, cada vez, mas ou filosófica e teórica sem metodologia (tendência européia) ou totalmente metodológica sem filosofia ou teoria (tendência americana).

Em ambos os casos, criou-se uma fantasia de que independente o que eu penso, nada vai alterar a realidade, o que nos leva a um relativismo tóxico, pois cada um pode pensar de qualquer jeito, pois tudo se encaixa “na realidade” que não é nunca atingida pela produção científica, que não serve a ninguém.

O que, no fundo, é falso, pois o que acontece na prática é que a realidade não é afetada pelo pensamento acadêmico de nenhuma forma. E isso é a fonte do relativismo, que nos leva à patética situação:

Você pode pensar o que quiser, que isso não vai ter impacto nenhum.

O que cria uma neo epistemologia relativista, pois como não se consegue fazer a relação entre o pensar-agir, ilude-se que tanto faz o pensamento que tenho.

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A Governança 3.0, ou a renascença científica que estamos inaugurando, com a chegada das ferramentas da Internet, nos levará a um movimento científico, que apontará:

  • – uma interferência muito maior da sociedade no fazer científico, como vai acontecer em todas as outras organizações, via reputacionismo digital;
  • – uma relação muito maior, a partir daí, do pensar com o fazer e do fazer com o pensar, reduzindo a tendência ao relativismo.

O que nos leva a dizer que Revoluções Cognitivas matam relativismo científicos, pois trazem à realidade para as portas da academia.

Diria, assim, que o relativismo não é um mérito do avanço epistemológico, ao contrário, é um sintoma grave de uma crise profunda, na qual faz-se  ciência para os próprios cientistas, tornando a academia, que veio a ajudar a resolver problemas complexos da sociedade, ela mesmo um sério e complexo problema.

É isso, que dizes?

 

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