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Sim, estamos em crise.

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Isso todos sentem, o difícil é fazer um diagnóstico.

Vou tentar o meu, a partir da Antropologia Cognitiva.

Quando falamos em crise é preciso compreender:

  • – os sintomas;
  • – as causas;
  • – e por que ela emerge justamente agora.

Os sintomas me parecem claros.

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As sociedades estão muito concentradas, alguns valores humanos foram negligenciados e vivemos um mundo sem uma narrativa sustentável, do ponto de vista da justificativa. A baixa diversidade humana nas decisões relevantes.

Isso se reflete nas crises ecológicas, sociais, econômicas e políticas para todos os lados, com um fundamentalismo crescente, querendo fugir da complexidade não em direção ao futuro, mas querendo uma volta ao passado.

As causas, a meu ver, são duas:

  • o salto demográfico, de 1 para 7 bilhões, que traz uma complexidade para a qual não temos ferramentas culturais para lidar, tornando as atuais organizações concentradoras com baixa fiscalização social;
  • – em função disso, uma concentração de mídia, que fez das atuais organizações sociais, políticas e econômicas instituições sem fiscalização por parte da sociedade, o rabo está balançando o cachorro.

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O motivo desta macro-crise se tornar mais evidente agora, é a continuidade do aumento da complexidade e a guinada macro-histórica da chegada da Internet (Uma Revolução Cognitiva), que permite uma saída e uma denúncia mais evidente da crise.

Muitos colocam a culpa no sistema econômico, social e político, na espécie humana, mas teremos que começar a lidar com um fenômeno novo que é um movimento de assumir nossa condição de espécie.

Não nos vemos como uma espécie dentro do planeta, que procura formas de sobreviver.

A hiper-conexão e uma população cada vez maior nos ajudará a nos ver como uma grande espécie que precisa proteger o seu espaço de vida, com fóruns globais de reflexão e de ação para algumas causas.

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A saída para a crise é e sempre será tecno-cultural, pois somos uma tecno-espécie, fortemente dependente do binômio tecnologia e cultura.

Conseguir inventar, a partir das novas tecnologias disponíveis, uma nova cultura social que possa colocar, de novo, as organizações com uma taxa de fiscalização maior por parte da sociedade.

Isso será feito não com centralização, mas com descentralização e um longo processo de empoderamento do cidadão/consumidor que terá que atuar de forma muito mais consistente nos rumos da sociedade.

Os movimentos reais de mudança nos levarão para esse movimento de descentralização social, similar ao que ocorreu pós-Revolução Cognitiva do Papel Impresso, no qual de um lado tivemos a Monarquia/Feudalismo (centralizadora e homogenizadora) e do outro lado a República/Capitalismo (descentralizadora e diversificadora).

(O capitalismo e a república centralizadora do século passado não são parâmetros para julgar os atuais sistemas políticos e econômicos na macro-história.)

A república capitalista foi uma nova cultura social humana criada, a partir das novas possibilidades (e posterior limites) que o papel impresso nos permitiu.

A crise, assim, não será resolvida com os velhos métodos, mas com uma nova cultura nascente que recriará novas instituições sociais, que terão que se abrir e ser criadas com um novo paradigma, que permita uma taxa muito maior de fiscalização da sociedade.

Neste novo ambiente cultural o cachorro vai querer controlar muito mais o rabo do que atualmente.

Teremos que ter um olho na ecologia e outro na produção, através de uso intenso de tecnologias cada vez mais descentralizadoras, que permitam a sociedade viver um novo ciclo mais compatível com 7 bilhões.

Nenhum paraíso, apenas menos crítico do que o atual.

É isso, que dizes?

 

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