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A crise atual se resume a:

Quem tem algo a colaborar tem pouco poder e quem tem muito poder não tem muito no que colaborar! É preciso mexer na equação de forma consistente.

intermediar

verbo
  1. 1.

    transitivo direto

    existir de permeio, situar-se entre.
    “muitas revoltas intermediaram esses dois períodos”
  2. 2.

    transitivo direto e bitransitivo

    pôr de permeio; entremear, intercalar.
    “i. fios de algodão”

Mirada de desconfianza

Se analisarmos a base das sociedades temos a questão filosófica e fundamental da intermediação.

A intermediação está presente em todas as atividades sociais, políticas e econômicas, pois há uma limitação de um para realizar determinada tarefa que é feita por outro, que passa a ser o intermediador da mesma.

Quando uma sociedade vai aumentando a sua complexidade, vai gerando uma demanda pela sofisticação das intermediações.

O problema não está na intermediação em si, como sugerem os anarquistas, mas na qualidade da intermediação.

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Em sistemas concentradores e com baixa dinâmica, as intermediações vão ficando lentas, pesadas, eternas, com baixa mobilidade, com baixa capacidade de interferência da sociedade. Foi o que ocorreu com a Monarquia e gerou a República.

Que é o salto do parlamentarismo diante do presidencialismo. Ou seja, quanto mais dinâmica é a capacidade de mudança de fora para dentro, mais se aumenta a qualidade da intermediação e menos ela fica sem meritocracia.

Há dois fatores fundamentais que definem, a meu ver,  a qualidade da intermediação na macro-história:

  • – a demografia;
  • – as ferramentas de participação (leia-se mídia), que define o poder que a sociedade tem de mudar os intermediadores.

O aumento demográfico gera mais e mais a necessidade de intermediação, o que esbarra na obsolescência de ferramentas de participação, baixando a qualidade da intermediação.

Ou seja, aumentos demográficos, geram demandas por tecnologias participativas mais sofisticadas.

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Os intermediadores ganham poder para a intermediação e não se consegue mais tirar deles, criando uma sociedade estática com baixa qualidade de intermediação.

Ou no que podemos chamar de autoridades intermediadoras sem liderança. O que gera pelo outro lado lideranças sem autoridades intermediadoras, que é a crise que estamos vivendo hoje. 

Ou seja, há um quesito liderança dos intermediadores, que ganham poder para nos representar em todas as áreas social, política e econômica, mas que se vai deteriorando a sua liderança, pois a sociedade vai perdendo a capacidade de interferir quando a autoridade vai deixando de ter liderança.

Ela deixa de ser uma intermediação meritocrática, pela força da narrativa e passa a ser uma intermediação autoritária pela força do poder de mídia centralizada, da repetição, de discursos vazios, seja mesmo pela força física.

Note que a narrativa dos atuais intermediadores, públicos ou privados, é de baixa capacidade de coo-vencimento (vencer pelos argumentos), precisando cada vez mais do marketing da repetição e emocional.

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A crise que estamos passando ao final do século passado e no início do atual pode ser resumida da seguinte forma:

  • – aumentamos demais a população;
  • – criamos mídias centralizadas para organizar o caos;
  • – e as atuais autoridades intermediadoras (em todas as áreas) perderam qualidade, pois passaram a ser menos fiscalizadas do que deveriam.

O movimento social, político e econômico do novo século, que chamo de Liberalismo 3.0,  mas pode se chamar de democracia ou economia digital, ou sociedade digital, vem procurar resgatar a qualidade da intermediação.

Como?

Empoderando a sociedade com o poder da nova mídia, criando um novo modelo de intermediação mais dinâmico, através do Reputacionismo Digital, que permite que elas sejam muito mais dinâmicas do que hoje, muito mais meritocráticas.

Assim, o principal problema do mundo é similar ao que tivemos com a monarquia.

Um intermediador que conseguiu poderes absolutos que está atrapalhando a sociedade na sua dinâmica, baixando a diversidade e a capacidade de participação da sociedade em definir seus rumos diante da nova complexidade.

Os movimentos políticos, sociais e econômico do século XXI devem vir para resolver essa crise da qualidade de representação, criando redes sociais muito mais dinâmicas do que as atuais, nas quais os intermediadores serão reintermediados por um modelo muito mais dinâmico e meritocrático.

É isso, que dizes?

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