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Eu e vários pensadores digitais estão tentando formular propostas para a Democracia do futuro e tenho discutido de forma mais próxima com o grupo Rede de Marina Silva sobre o mundo digital.

Não acho que a discussão da democracia deveria ser partidária e estou aberto a colaborar com todos os partidos que queiram ouvir o que tenho a dizer sobre democracia digital e sobre o que acho que vai ser o futuro da política.

Rodei em vários partidos (PT, PSDB, PSOL, PMDB) e o único que abriu as portas para a discussão, até agora, foi a Rede e Marina em particular. Espero que todos os outros abracem estes conceitos, pois temos que melhorar a qualidade da nossa democracia.

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Temos no programa do partido em comum Rede/PSB o termo “democracia de alta intensidade”, do qual dei algumas sugestões, ver aqui:

http://redesustentabilidade.org.br/as-5-diretrizes-que-orientam-nosso-programa-de-governo-por-neca-setubal/

Temos que entender que democracia de maneira geral significa:

“Democracia é uma forma de governo em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.”

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Uma coisa FUNDAMENTAL para recolocar a discussão sobre democracia é entender que:

  • – a democracia em um mundo de menos de 1 bilhão de pessoas é uma, pois temos uma taxa de complexidade demográfica;
  • – a democracia em um mundo de 7 ou mais bilhões de pessoas é outra, pois temos um nova taxa de complexidade demográfica.

Aprendi com meus estudos que a Espécie Humana varia sua Taxa de Complexidade, conforme aumenta a população e precisa reinventar seus conceitos de democracia para que possa ter mais gente participando das decisões.

Democracia é vinculada, assim,  a capacidade que a sociedade tem de processar, portanto, as demandas e pedidos da sociedade. Quando não conseguimos fazer isso de forma direta, colocamos representantes, dessa forma tivemos:

  • Na Grécia – a democracia direta, via oralidade, que tem limites de números de participantes;
  • Na chegada da República – a democracia por representantes, via oralidade e papel impresso, que expande o número de participantes, mas bateu no seu teto com 7 bilhões de pessoas.

Estamos vivenciando agora a chegada de um novo Ambiente Cognitivo, com novas ferramentais digitais que nos permitem experimentar UM MODELO COMPLETAMENTE NOVO de democracia, que nos levaria ao que chamo de República Digital, conseguindo sair da crise de Representação que vivemos.

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Assim, entendo “democracia de alta intensidade” como algo a ser construído e tem como características:

  • – manter o modelo de representação atual;
  • – e, através de laboratórios de inovação da nova política, experimentar de forma pontual e supervisionada pelo Congresso Nacional. através de projetos pilotos o uso da Internet para aumento da participação direta da população (e do cidadão comum) em assuntos que possam ser discutidos e votados.

O modelo já vem sendo testados e experimentado em várias democracias do mundo e visa ampliar o limitado modelo de representação que temos hoje.

É importante lembrar e dizer que esse modelo de democracia de alta intensidade, do meu ponto de vista, é COMPLETAMENTE diferente do que propôs o atual governo, pois o modelo proposto hoje pelo PT é de:

  • – representantes do “movimento social”;
  • – que seria uma intermediação pouco transparente, pois não foram eleitos;
  • – algo sem o uso de novas tecnologias;
  • – repetindo um tipo de democracia de baixa representação,  pois não há nem voto e nem democracia direta do cidadão comum, apenas do “militante social”, que é um sub-representante, a critério do Governo e não da sociedade.

Quem me perguntar exatamente o que seria a tal “democracia de alta intensidade” com todas as letras eu vou dizer um sonoro “não sei”, pois está sendo experimentada em todo o mundo e é por isso que precisa se restringir a espaços bem delimitados e com aprovação da sociedade para testes.

Temos que experimentar,  analisar, melhorar, discutir e expandir, conforme um amplo debate na sociedade, através de um processo de inovação na política e não de inibição da política.

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Porém, posso dizer que certamente a democracia de alta intensidade teria como linhas:

  • – participação do cidadão comum e não de nenhum grupo selecionado pelo Governo;
  • – é ampliação do poder da sociedade e não de um grupo específico da sociedade;
  • – uso intenso de tecnologias digitais (computadores, tablets, celulares, GPS, algorítimos);
  • – deve ser aliada a um forte projeto de inclusão digital e de criação de quiosques de participação popular para os sem-acesso;
  • – com supervisão do Congresso Nacional para que seja algo a aprofundar a atual democracia e nunca reduzi-la.

O debate agora tende a ser mais tenso e é importante que tenhamos claro que devemos experimentar algo novo para o século XXI, como forte uso das redes e não voltar para modelos que não deram certo nos séculos passados. É da democracia atual para frente e nunca para trás! 

É isso, que dizes?

 

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