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Os professores que dão aulas analógicas e verticais não têm este problema.

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Este problema vai surgir para a nova geração que tentará trabalhar com aulas participativas.

Aulas participativas só fazem sentido quando focadas em problemas, pois assuntos não são passíveis de participação.

Um professor de aula participativa é um difusor de uma determinada teoria e conduta.

Ao contrário do que se possa imaginar, ele não será um dogmático ou ou doutrinador por causa disso.

Ter uma visão e um método de abordagem aberto é um atalho para os alunos, pois se apresenta um método para ser questionado.

O professor participativo é, antes de tudo, um pesquisador. Se ele não for um pesquisador, não pode estar aberto e, portanto, não pode promover aulas participativas.

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Aulas participativas, assim, serão um diálogo entre:

  • – a visão do professor diante de um dado problema;
  • – e a dos participantes ao ter contato com aquela visão.

E aí temos entre os participantes:

  • – a compreensão dos participantes sobre a lógica apresentada pelo professor;
  • – o fosso entre a lógica apresentada e a sua;
  • – a capacidade de comparação e adequação.

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Há que se abrir um Diálogo Honesto em que ambos os lados precisam:

  • – compreender os argumentos prós e contras;
  • – criar canais (conceitos, formas de dizer, exemplos) que reduzam o fosso entre as visões;
  • – e a procura de um entendimento mútuo.

É condição SINEQUANON para que haja por parte dos presentes uma abertura para o diálogo.

Professor e participante têm que ter um espaço para:

  • – Eis a minha percepção;
  • – Qual é a sua?
  • – E como podemos trocar?

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 O problema é que no modelo de aula participativa não há espaço para dogmatismos, nem do professor e nem do participante, pois o dogmático não vem para trocar figurinhas. Ele sempre vem com o álbum completo e fechado.

E aí há dois casos de dogmatismo:

  • dogmático passivo – que não vai mudar, mas não faz disso uma bandeira de vida, não é um dogmático, digamos, evangelizador, militante;
  • dogmático ativo – que não vai mudar e quer impor a sua visão e questionar todas as outras, não a partir de uma dada lógica aberta, passível de argumentação, mas algo fechado, pois todo dogmatismo acaba virando muito mais uma fé do que uma teoria.

O que unifica qualquer dogmático é sempre:

  • – um padrão de pensamento;
  • – um padrão de atitude.

Independente do que ocorrer, ele vai agir e pensar dentro de um determinado código pré-programado.

Unconnected bridge above the Colorado River

Nem sempre um dogmático consegue articular bem a lógica original, antes de abraçar o dogma e isso faz dele uma pessoa com dificuldade não só de escuta, que é um padrão, mas de argumentação. Ele argumenta com baixa taxa de percepção. Repete padrões.

Um ou mais dogmáticos ativos em sala de aula É O MAIOR DESAFIO PARA UM PROFESSOR PARTICIPATIVO.

Exige uma experiência muito grande, pois não se pode impedir que as pessoas falem. E o professor de aula participativa quer estimular a participação, mas terá dificuldade de separar o que é uma pessoa que fala de outra que participa, que não é a mesma coisa.

O dogmático falante, não está querendo participar, mas justamente está falando para impedir que o diálogo ocorra, mesmo que seja inconsciente. O professor ficará receoso de ser autoritário e não conseguirá exercer a sua autoridade de condutor de um debate honesto.

A sinuca de bico é grande e exigem muita atenção.

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É preciso observar que o ato de falar não quer dizer que as pessoas estão dialogando e participando.

Participar é querer fazer parte.

Assim, impor a sua visão não é se encaixar no todo, mas querer impor-se ao todo.

São duas coisas COMPLETAMENTE diferentes.

  • Falar é usar um dado canal para emitir um som;
  • Dialogar é um exercício complexo de escuta-expressão para o qual tem que haver um espaço para a troca e de mudança.

Eu te mudo, enquanto você está me mudando.

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Assim, é preciso:

  • – identificar ao longo das conversas qual é a taxa de dogmatismo;
  • – identificar se o dogmatismo é passivo ou ativo;
  • – se é localizado ou é um grupo.

Com uma alta taxa de dogmatismo na sala participativa, deve se adotar:

  • – não interrupção do professor até que conclua o seu pensamento, pois é costumeiro que se interrompa todo o tempo, discordando sem antes ouvir os argumentos;
  • – pedir para que os dogmáticos ao discordar, e vão discordar o tempo todo, detalhem o que entenderam para se evidenciar o baixo nível da capacidade de escuta;
  • – confrontar a capacidade de escuta do dogmático com a capacidade de escuta dos outros membros da turma.

Se o problema atingir um determinado nível de exaustão, é o caso de abrir um “kit de socorro” – o que chamamos de “Discutir a relação em aulas participativas”.

Abrir o problema para a turma e pedir sugestões de conduta, demonstrando o seu desconforto com a falta de abertura de pessoas para o diálogo e sugestões para que se possa melhorar o ambiente, tentando inibir a ação dos dogmáticos.

Estou adotando agora, como critério, que a aceitação de presença nas minhas aulas participativas tenham como pré-condição para matrícula, a vontade ou a possibilidade de mudar algo, de aprender, de se transformar.

Doutrinação

Isso tem que ser um acordo tácito de todos, incluindo o professor.

Se isso é pré-condição e tem pessoas que aceitam isso antes, mas depois não se portam de forma adequada é o caso de problematizar e se ver como agir.

Se não houver uma ação do professor, alunos ou grupos de dogmáticos, principalmente ativos,  podem baixar muito a qualidade de um encontro participativo. Como resultado, pode ocorrer o esvaziamento da turma em encontros seguintes.

Todo cuidado é pouco.

Que dizes?

 

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