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Versão 1.0 – 04/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação

Estive fazendo palestra no evento 3º Fórum de Gestão Educacional. A palestra segue abaixo:

Depois assisti e participei da mesa de apresentação sobre o método Senac de Aprender Fazendo, a partir de problemas e gostaria de levantar aqui algumas questões sobre escola e futuro.

O método de aprender, a partir de problemas é algo muito interessante e vem, entre outros, de John Dewey, da escola pragmática, O Wikipédia resume bem sua visão:

“A ideia básica do pensamento de John Dewey sobre a educação está centrada no desenvolvimento da capacidade de raciocínio e espírito crítico do aluno.”

Dewey acreditava no estudo a partir de problemas práticos e não em assuntos sem nexo desencadeados.

A visão parte, assim, como é o caso do Senac de uma dada realidade que existe, organizações que existem, que têm seus métodos de trabalho. Analisa-se o que precisam em termos de profissionais, sua capacidade de resolver problemas e molda-se um currículo para atender a essa necessidade.

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Em termos de ensino profissionalizante, é um salto grande em relação a algo abstrato e de formar um aluno para o lugar nenhum. Aumenta-se, assim, a efetividade, pois rapidamente se absorve este aluno para o mercado atual e o que é bem louvável e merece aplausos.

O aumento da necessidade da inovação, a partir de ambientes mais variáveis, faz com que Dewey volte à cena, mas ele precisa ser revisitado.

É preciso saltar do pragmatismo imortal para o pragmatismo mortal.

Explico.

O modelo de Dewey parte de um ambiente fechado, conhecido e eterno, no qual aprende-se com o que existe para se preparar melhor para empresas imortais, que têm métodos que funcionam hoje e vão continuar a funcionar amanhã. Há muito de Hegel nisso, que ele era um seguidor, do conceito de totalidade absoluta.

É a ideia de que as empresas são e continuarão imortais.

O mercado, entretanto, em vários segmentos está demonstrando um novo perfil de empresas – as mortais, ou seja aquelas que podem desaparecer se não reinventarem o seu futuro constantemente.

Obviamente, que estamos falando hoje de um mercado de empresas inovadoras, ligadas à tecnologia e geralmente fora do Brasil, pois aqui não estamos, por enquanto, com grande demanda nesse perfil para empresas mortais.

Mas até quando?

Precisamos de um pragmatismo mortal, que parta da ideia de que as empresas não são mais imortais e precisam se reinventar o tempo todo, a partir do abismo do futuro. E aí o perfil de formação visa não mais se encaixar ao presente que existe, mas para inventar o futuro que não existe!

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Na minha experiência, a formação para um jovem inovador para empresas mortais, necessita fortemente de um trabalho filosófico específico para questionar as interpretações da realidade.

É preciso sair da percepção da realidade real para a realidade interpretada, veja mais sobre isso aqui. Ou sobre o conceito da realidade-suruba.

Ou seja, é preciso que ele consiga perceber que a vida é fortemente inventada e que pode estar mal inventada e precisa ser reinventada, a partir de novos valores, parte do que não existe para o que vai existir e não do que existe.

  • É alguém que desconfia das autoridades e é capaz de ver aquilo que ninguém mais vê.
  • É um “alpinista de montanhas filosóficas”, que consegue ver do alto os movimentos acima das cabeças dos demais.
  • É alguém que vai inventar mercados e não se adaptar aos mercados.

Tal formação fortemente empreendedora e inovadora não seguirá na linha indutiva-pragmática, a partir de problemas existentes, mas é alguém que vai trabalhar em uma linha dedutiva-problemática, sim, a partir de problemas, mas para soluções inexistentes hoje para até problemas invisíveis.

Tal formação constrói novas empresas, novos produtos, novos serviços e uma nova sociedade. É uma linha de trabalho que deve ser aberta quando se tratar de mercados muito instáveis e talvez seja um mercado assim não mais exceção, mas regra em um futuro próximo.

Por enquanto, seria interessante zonas de inovação para experimentar esse novo perfil de profissional para atender a uma fatia já presente aqui e ali no país.

E desse tipo de profissional que empresas como o Google estão demandando hoje lá fora. Por fim, tal método pragmático seja mortal ou imortal vai esbarra na centralização monoteísta do vestibular, dos currículos centralizados, do material didático fechado.

Temos muito a avançar!

Que dizes?

 

 

 

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