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Viver é inventar-se: inventar sua vida, sua função no mundo, sua presença – Ferreira Gullar.

Versão 1.0 – 14 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Veja bem a foto acima.

É assim que viemos ao mundo.

Todo o resto em torno do bebê: a luva, o estetoscópio, o berço, o lençol, o prédio da maternidade são órteses, tecnologias, que nos permitem estar aqui.

Assim, nada do que é humano é natural, pois diferente dos outros animais somos  “homo-tecnologicus“.

Note que os outros animais para sobreviver incorporaram no seu DNA artifícios para sobreviver.

Eles “engoliram” as tecnologias, transformando-as em parte integrante do seu corpo.

Nós fizemos isso apenas quando aprendemos a falar e desenvolvemos um cérebro capaz de inventar órteses para sobreviver.

Assim, a história humana é a história das órteses que conseguimos criar e que nos libertam e nos condicionam. Só entendemos aquilo que somos se estudarmos as tecnologias que criamos para ser.

etapas

 

Não há, portanto,  nada natural no ser humano, pois mesmo as tribos mais primitivas estão em um mar de tecnologias que as permite existir.

Podemos dizer que a humanidade está assim, pois são ou eram estas a conjuntura tecnológica que tínhamos.

Só podemos entender o ser humano ao compreender os efeitos que novas órteses/tecnologias que chegam ao mundo para nos libertar e nos condicionar.

Assim, temos que saber separar diferentes tecnologias e entender o que elas significam para nosso passado, presente e futuro.

É falsa, portanto, qualquer tentativa de explicar o ser humano que não leve em conta o estudo das tecnologias, pois sem elas não conseguimos entender o contexto das possibilidades que tínhamos, temos e teremos.

Há dois tipos de tecnologias, grosso modo:

  • As não-cognitivas –  que expandem nossa capacidade física;
  • As cognitivas – que expandem a nossa capacidade cerebral.

As primeiras são tecnologias filhas, pois não nos tornam mais flexíveis para inventar novas tecnologias;

As cognitivas são as mães, pois quando melhoramos as órteses cognitivas podemos expandir a nossa capacidade de criar novas órteses.

A história, assim, é marcada pelo surgimento de tecnologias cognitivas, que conseguem expandir nossa capacidade de criar novas órteses.

As tecnologias cognitivas são responsáveis por:

  • – capacidade de criar e inovar;
  • – definir como se estabelece o controle das ideias na sociedade;
  • – definem o modelo de gestão da espécie.

Dentre as tecnologias cognitivas temos dois tipos:

  • As tecnologias cognitivas intermediadoras – que não descontrolam as ideias, pelo contrário reforçam o controle e um modelo que já existe, não expandindo a inovação e preservando a gestão da espécie de plantão;
  • As tecnologias cognitivas reintermediadoras – que descontrolam as ideias, quebram o controle e o poder do ambiente que já existem, expandindo a inovação e criando um novo  modelo da gestão da espécie de plantão.

As primeiras continuam, as outras descontinuam, nos trazem revoluções e mudanças radicais da espécie.

Assim, podemos entender a história humana como etapas de consolidação e ruptura da forma que nos organizamos, conforme a chegada de cada tecnologia cognitiva reintermediadora.

controle_descontrole_ideias20No quadro acima, podemos ver que:

Uma nova tecnologia cognitiva reintermediadora gera ruptura no modelo, que chega a um determinado ápice que a base social se modifica para haver uma consolidação, com o surgimento de tecnologias cognitivas intermediadoras.

Se aplicarmos isso nos últimos 200 anos, teremos o seguinte quadro:

controle_descontrole_ideias21Ou seja, estamos vivendo um processo de ruptura, que vai nos levar a uma mudança radical na sociedade, a partir da chegada de uma nova gestão da espécie.

Falaremos mais disso amanhã,

o que dizes?

 

 

2 Responses to “Homo-tecnologicus”

  1. […] um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link. Continuação do texto de ontem; Bom, o primeiro passo para a revisão da história humana é compreender que somos […]

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