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 Há com a chegada em 2004 das redes sociais digitais algo diferente, que tem um impacto completamente inusitado na forma de controle, na intermediação e na gestão. Há uma mudança no modelo, reintermediando o antigo intermediador!!!

Versão 1.0 – 12 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Fica difícil compreender as mudanças necessárias na gestão pós-Revolução Cognitiva sem rever o que compreendemos como gestão.

Colocamos tantas camadas sobre o conceito “gestão” que agora fica difícil ver que algo muito básico dentro dela está mudando.

Vamos tentar.

Gestão, podemos afirmar, que é a procura de controlar determinados processos e nos adaptarmos a aqueles que não temos controle.

Nessa relação entre estas duas variáveis vai a capacidade de se fazer uma gestão eficaz.

  • O controle, assim, é a base de qualquer modelo de gestão.
  • Para controlar, é, portanto,  preciso intermediar os fluxos dos processos.

E a intermediação dos fluxos é feita, através de registros, que representam os processos.

  • Um fiscal de linha de ônibus, que controla o fluxo dos veículos, anota o número de passageiros, a hora que o ônibus passou. Ou seja, ele controla os ônibus, através dos registros em papel. Ele é um intermediador, que se baseia em papéis.
  • Um gerente de uma padaria se baseia nos dados das registradoras (que registram) para saber o que foi vendido, o que precisa ser resposto e o que está vendendo mais ou menos. Ou seja, ele controla a padaria, através dos registros em papel. Ele é um intermediador, que se baseia em papéis.
  • Um gerente de uma empresa de petróleo, que é responsável pela produção de um determinado poço, controla os processos, através de dados que são coletados, pelo fluxo do óleo que sai por um determinado tubo, que gera registros digitais. Ou seja, ele controla a produção, através dos registros no computador. Ele é um intermediador, que se baseia no computador.

Assim, podemos dizer que toda a gestão, controle de processos, é feita baseada nas ferramentas cognitivas que temos disponíveis para controlá-los.

A base do controle é justamente utilizar essas ferramentas para conseguir controlar melhor os processos.

Podemos dizer, assim, que o modelo de gestão é e sempre será condicionado pelas ferramentas cognitivas para se fazer o controle da forma mais eficaz possível.

O mundo antes da escrita tinha problemas graves para se organizar, pois tudo era feito na memória, não havia registros.

Digo mais: havia um teto de crescimento populacional por causa da não-escrita. Ou seja, chegava a um ponto que a população tinha demandas que não eram atendidas e isso gerava crises de desabastecimento, o que impedia que crescesse, pois o modelo de controle tinha um limite claro,  prejudicando a eficácia dos processos.

A escrita surgiu, como uma latência civilizacional, justamente para permitir os registros e o melhor controle dos processos.

Conforme a humanidade foi crescendo em números, os processos foram ficando cada vez mais complexos e fomos tendo necessidade de inventar, cada vez mais, sofisticadas tecnologias informacionais, que apoiavam mais e mais na eficácia do controle.

O computador, que surge em 1940, tinha esse objetivo.

Permitir controlar cada vez mais volume de dados, através de um tempo de resposta compatível com as exigências.

Assim, fazer a gestão é uma fórmula parecida com esta.

VD/MC=TR

  • VD = Volume dos Dados dos processos a serem gerenciados ( o que implica quantidade de pessoas);
  • MC =  Modelo de Controle;
  • TR = Tempo de Resposta eficaz para gerar valor.

Podemos dizer que o computador exerceu um forte impacto na gestão e foi um dos diferenciais mais competitivos no último século.

Quem soube utilizá-lo, se deu melhor do que quem não soube.

A chegada da Web 2.0, a segunda fase da Internet, é a continuidade do avanço do mundo digital.

  • – 1940 – chegada do computador de grande porte;
  • – 1980 – do microcomputador;
  • – 1990 – da Internet;
  • – 2004 – das redes sociais digitais.

Há, porém, com a chegada em 2004 das redes sociais digitais algo diferente, que tem um impacto completamente inusitado na forma de controle, na intermediação e na gestão. Há uma mudança no modelo, reintermediando radicalmente, diferente do passado, o intermediador!!!

Ou seja, as novas ferramentas permitem, de forma barata e eficaz, que seja possível que haja um fluxo dentro do ambiente, no qual o antigo intermediador mude de posição, transferindo cada vez mais poder para o usuário final, um processo que se iniciou com o microcomputador.

E isso se dá na mudança de diversos processos, que já podem ser vistos a olho nu, sem necessidade de grandes pesquisas.

  • – o correntista assume o papel do caixa;
  • – o cinéfilo assume o papel do bilheteiro;
  • – o passageiro assume o papel do atendente da companhia aérea.

Há, assim, uma reintermediação dos processos, com uma gradual passagem de mais e mais poder para as pontas para que a fórmula esteja equilibrada: VD/MC=TR.

Ou seja, o volume de dados, seja compatível com o modelo de controle para que se tenha um bom tempo de resposta.

Há, em curso, um processo gradual de reintermediação dos processos, revendo o papel do antigo intermediador, que era o fator principal que estava atrasando o fluxo.

Essa é, a meu ver, a resposta da civilização para o aumento radical da população de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos. Precisamos reequilibrar a fórmula e agora só nos resta, com as mídias sociais, rever o intermediador de plantão.

Essa é a base principal da mudança que estamos passando.

Os novos modelos de negócio que estão surgindo, pode reparar, em vários exemplos vão sempre nessa direção: de reintermediação dos processos, de um centro lento para uma rede mais ágil, com mais poder nas pontas.

Para aumentar a velocidade da resposta, estamos revendo o modelo de controle do antigo intermediador e colocando no lugar novos atores.

Que atores seriam estes?

O primeiro é o próprio usuário, que passa a:

  • – gerenciar sua presença na rede, seus amigos, as comunidades que quer participar, criando a sua própria “praça digital do interior mundial” (Facebook);
  • – assistir a sua própria televisão, podendo ser ele também um canal, selecionando tudo aquilo que lhe interessa (Youtube);
  • – criar coletivamente a sua própria enciclopédia, alterando aquilo que ele conhece e acha que está inadequado (Wikipedia);
  • – desenvolvendo o seu próprio programa de computador para que outros o utilizem de graça (Linux);
  • – criando redes de vendas das mais diferentes (Mercado Livre, Estante Virtual), reintermediando a cooperativa de táxi (TáxiBeat), criando suas próprias camisetas (camiseteria).
O segundo são os algorítimos informacionais, que começam a gerenciar mais e mais os processos de grandes e instáveis fluxos em todos os processos. O melhor exemplo é o da bolsa de valores dos EUA, na qual 80% das transações já são feitas peles algorítimos que orientam os robôs informacionais!!

Note, assim, que na chegada das outras tecnologias cognitivas, sempre motivadas pelos mesmos motivos de melhoria dos processos, havia um certo aumento incremental de empoderamento da ponta e revisão da intermediação, mas não de forma tão radical como agora.

É uma passagem da água para o vinho.

Por isso, chamamos de revolução cognitiva.

Há uma revisão do papel dos antigos intermediadores e o objetivo principal é uma revisão no modelo de controle para se oferecer respostas mais rápidas, pois o volume de dados cresce cada vez mais. E o antigo modelo de intermediação não consegue mais ter um tempo de resposta compatível, por mais que coloque recursos: o paradigma de controle agora é outro!!!

O fato interessante, conforme aprendemos no passado, que o modelo de gestão é algo fortemente competitivo. E quando surge no ambiente um modelo que consegue resolver a equação de uma forma mais eficaz, todo o resto é obrigado a segui-lo para não perder espaço.

Não há escapatória!

As organizações estão encarando a atual mudança como mais uma mudança tecnológica e de comunicação, que, de fato, é, porém, agora, em função das características das novas tecnologias, há uma revisão radical no modelo de controle.

E o problema é que dentro do modelo de controle está embutido um modelo de poder, de interesses, de relação com nossos egos, de reconhecimento social, de status.

Tudo isso precisa ser revisto para se manter competitivo e este é o grande problema.

É uma revisão profunda para a qual não estamos nem um pouco preparados.

Vide este post sobre a pororoca cognitiva.

Preferimos não ir fundo, pois no fundo há a necessidade de uma grande mudança.

É melhor não ver.

Há, assim, a necessidade de um consciente e racional gerenciamento de processo de mudança para promover a reintermediação dentro de uma nova cultura de controle, no qual há um forte empoderamento das pontas.

Por isso, o mundo vai mudar, aos poucos, como estamos vendo de forma inapelável, através de uma nova cultura de gerenciamento de processos.

E é essa percepção e necessidade de alinhamento que deve ser feita ao se pensar em organizações 2.0.

Difícil?

Sim, mas muito mais difícil se não entendermos o DNA da mudança, pois temos apenas três opções:

  • Liderar;
  • Aderir;
  • Ou ser absorvido por ela.

Concordas?

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