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 Não são os mensageiros (esse conjunto de autores) que são radicais, mas a mudança atual com a chegada da Internet que é radical e para ela precisamos ter uma vacina (metodologia) compatível.

Versão 1.0 – 19 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Posso dizer que estou na estrada há alguns anos como palestrante, professor e consultor.

Minha missão – que eu resolvi adotar para a minha vida profissional –  é a de compreender e tentar ajudar pessoas e organizações da sociedade a fazer o alinhamento necessário entre o momento atual diante de uma Revolução Cognitiva e o futuro.

Posso calcular que já conversei com mais de mil pessoas dos mais diferentes setores, idades, sexo, escolaridade, sem falar na troca diária de mensagem no blog, Facebook e Twitter, principalmente.

Os encontros presenciais muito ricos ocorrem da seguinte maneira:

  • – faço um resumo das conclusões que cheguei até aqui, sempre as últimas conclusões, sempre falando e nunca “powerpointizando”;
  • – apresento a minha memória de cálculo, que possibilita a todos analisarem se algo é ilógico, estou forçando a barra, etc;
  • – abro espaço e ouço atentamente os participantes para identificar problemas na minha lógica, dificuldade de expressão, entendimento, novas contribuições relevantes dos alunos.

Assim, vou amadurecendo – e não é sozinho – de forma cada vez mais consistente visões, argumentos, discussões e percepções que vão sendo “curtidas” na conversa. Novas dúvidas surgem, mas certezas provisórias também vão se consolidando.

Posso dizer, assim, que semanalmente passo por “bancas de doutorado”, no qual exponho sempre minha última versão das minhas conclusões, por mais verdes que sejam para que possamos caminhar juntos.

Não acredito hoje em dia que nada hoje em dia possa ser construído de outra maneira, o modelo wiki (participativo) veio para ficar.

Posso diagnosticar, assim, tendo como base esse método participativo, as seguintes dificuldades de alinhamento das organizações ao futuro, principalmente no Brasil, a partir dos meus encontros:

  • a) as organizações e as pessoas de maneira geral são muito imediatistas, não têm prática de pensar o futuro no longo prazo, pois as demandas do dia-a-dia atropelam;
  • b) isso se reflete na falta de um tempo maior para análise de cenários, preparação de estratégias e cumprimento do que se discute nesse tipo de fórum;
  • c) quem tem mais tempo para isso, vem intoxicado pelas metodologias de cenário que não conseguiram ainda incorporar a força propulsora de mudanças de rupturas em tecnologias cognitivas disruptivas na sociedade;
  • d) no cálculo do futuro a Internet (e tudo que traz) é praticamente um fator zero;
  • e) projetos neste campo são colocados, em função dessa visão não estratégica, como projetos operacionais, isolados, tecnológicos, comunicacionais conduzidos por departamentos (que não tem a mínima noção da encrenca que estão se metendo) ;
  • f) prepara-se o investimento – sem nenhuma reflexão – para gastos nesse campo, sem compreender o tamanho da mudança que estamos passando e o significado que isso trará para o ambiente de negócio hoje e amanhã;
  • g) projetos sem consistência começam a ser implantados, gerando gastos e pouco resultados, incluindo crises;
  • Mais e mais a visão estratégica vai preponderar e modelos pouco ortodoxos serão tentados.

Os profissionais que chegam para o curso levam um choque de realidade, pois vêm esperando a apresentação do uso das ferramentas e quando percebem a complexidade do problema se assustam.

De fato, as áreas operacionais que estão sendo demandadas para tocar projetos de redes sociais (seja corporativas para substituir as Intranets) seja externa (para complementar o site da corporação) não tem poder para tomar as medidas necessárias.

São, a meu ver, vítimas da cegueira atual.

Somos contemporâneos de uma guinada na história, similar a que ocorreu em 1450, com a chegada da prensa, que deu partida para as revoluções, pela ordem, religiosas, políticas, sociais e econômicas, que nos legaram o capitalismo, a república, a divisão da Igreja e o mundo das grandes cidades.

Não são pouco os autores que estão começando a se juntar na orquestra que toca essa música.

Depois de Lévy temos Castells (parcialmente), Tapscott, Rifkin, Meyer, Senger e, no Brasil, Meira, Augusto de Franco,  Martha Gabriel, Gil Giardelli, Walter Longo, entre outros.

Rifkin

Ou seja, não é pouca gente que anda dizendo que vivemos uma guinada radical.

E que, de certa forma, com mais ou menos ênfase, anunciam que o atual modelo de gestão piramidal e hierárquico está com os dias contados.

Eu diria mais.

Que a passagem entre o modelo atual e o futuro será impossível, não será feita de forma contínua. Poderia ser, se houvesse tempo e dinheiro para isso, mas não há.

Qualquer tentativa de se colocar a nova cultura de solução de problemas na atual é tão cara, requer um esforço tão grande que é preciso pensar uma maneira criativa para se chegar lá.

Depois de muita discussão, percebi que o grande pulo do gato é criar zonas 2.0 de inovação, células isoladas que possam na sociedade e nas organizações ter liberdade para desenvolver a nova cultura sem herdar nenhum processo antigo, apenas problemas.

Dessa maneira, é possível economizar muito tempo e dinheiro e se ter o resultado mais rápido.

Porém, para se chegar a isso é preciso ter A CLAREZA de que, de fato, estamos EM UM MOMENTO DE GUINADA da civilização e que uma nova gestão É INEVITÁVEL.

Quando os alunos concluem todo o processo e se defrontam com a ideia da zona 2.0 de inovação, tentam voltar para trás, refazer cálculos e procurar formas menos radicais para a mudança.

Sim, é bom, mas é preciso continuar a procurar a lógica das ações e não adotar o oba-oba do mercado (puxado por vendedores de facilidade) projetos sem reflexão, pouco eficazes, pelo simples fato de que “vai ser muito difícil pensar em mudar completamente a gestão”.

Se for um fato real e concreto, não há o que discutir, apenas arregaçar a manga e fazer!

Porém, digo sempre que não são os mensageiros (esse conjunto de autores) que são radicais, mas a mudança que é radical e para ela precisamos ter uma vacina compatível.

O tempo tem jogado a favor dessas teorias (a meu ver mais eficazes), pois mais e mais as pessoas se decepcionam com seminários vazios, cursos que não levam a lugar nenhum e projetos que não conseguem o resultados esperados, pelo contrário, as crises de gestão de duas culturas são evidentes.

A maior expressão são os jovens talentos que não querem mais ir para determinados ambientes e quando aceitam não se sentem confortáveis em um em um modelo de solução muito diferente do que estão acostumados, no trabalho participativo, mais ágil e mais dinâmico em rede.

Mais e mais vamos ter que procurar a lógica, a visão mais ampla de cenário, mais autores vão entrar para essa ainda pequena orquestra propagando o fim da atual gestão e projetos de zonas de inovação começarão a demonstrar que é o caminho mais curto para esse objetivo.

(Empresas têm criado aceleradoras de negócios, laboratórios de pesquisa todas à procura de um modelo de inovação eficaz – é preciso incorporar nesse modelo cada vez, como se tem feito, a cultura participativa.)

Acho que é por aí…

Que dizes?

 

 

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