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Passado longo

A aceleração de mudanças no século XXI vai criando ilhas cada vez mais no futuro cercadas de um passado cada vez mais passado por todos os lados.

Versão 1.0 – 04 de junho de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Há um aumento radical da taxa de aceleração da inovação no planeta.

Essa taxa têm aumentado e se acelerado com o tempo.

O grave problema que temos é que a maneira que pensamos o processo de mudanças está obsoleta.

Não nascemos e aprendemos a viver em uma sociedade tão mutante assim e nossa cabeça “estabilizadora” está dificultando a solução de problemas em um mundo tão dinâmico.

Ou seja, conforme o mundo for ficando mais inovador, mais o problema do passado
longo vai ficando mais complexo e sendo um problema difícil de administrar.

Podemos detalhar que tal visão de mundo estabilizado é fruto do nosso ego paralisante, o medo da morte, a compulsão pela rotina, a insegurança pelo novo.

Somos humanos, mas algo precisa ser alterado nessa nossa maneira de estar no mundo, a criação, quem sabe, de um ego 2.0 para que possamos aceitar que o mundo é meio como o Raul Seixas sugeriu: uma metamorfose ambulante.

Algumas mudanças se tornam necessárias, pois temos que  encarar a gestão não mais como uma administração apenas de processos repetitivos, mas da introdução, de forma permanente, de novos processos transformadores em uma inovação constante e não mais apenas como algo que visa gerar controle e padronização.

A maior parte dos processos talvez, sim, continue repetitiva, dependendo do setor, porém alguma coisa tem que estar voltado para a ruptura, pois do contrário a organização paralisa no tempo e tende a entrar no CTI.


Um primeiro passo para se superar o problema é não mais pensar em políticas de mudanças em blocos, tudo deve mudar, mas passar a políticas regulares de protótipos (Ilhas de futuro), que se expandem.

Para isso, é preciso criar uma política permanente de inovação e reservar esforços (recursos e dinheiro) para que se possa experimentar a criação de ilhas de futuro, que servirão de elementos destruidores, graduais, do passado.

Fala-se hoje em carteiras de inovação, na qual um percentual deve ser colocado em projetos transformadores.

Isso não é privilégio de empresas de alta tecnologia, mas tem que se transformar em prática corrente em todas as organizações que querem continuar competitivas – e isso inclui o governo, que deve criar ilhas na saúde, educação, entre outras.

Ou seja, na criação de “ilhas de futuro” para que ali sejam feitos todos os testes com o que há de ponta naquela área ou setor e aquilo que pode ser criado.

Tais “ilhas de futuro” devem prever o repasse para os outros setores, de tal forma a ir criando um elo permanente entre futuro distante, futuro, presente que está mudando, presente que não quer mudar e passado.

O interessante é que com essa visão de carteira de inovação, nem sempre, o passado a ser atualizado precisa ser o mais distante, pois algumas etapas podem ser suprimidas, pulando etapas desnecessárias.

Se isso é uma realidade global, em países como o Brasil, no qual temos diferenças sociais, o gap entre os dois momentos é ainda maior.

(Ressalva: nem sempre o futuro está completamente “certo” ou o passado “errado”,  é preciso negociação entre os dois momentos para dosar o futuro de alguns valores e introduzir inovação no passado para que não tenhamos a tradição pela tradição.)

Por fim, cabe ainda dizer.

Cansa um pouco análises que manipulam esses dois elementos.

  • Quem quer mudança, aponta APENAS estas ilhas do futuro como se fossem algo já consolidado, mas não em processo.
  • E quem não quer mudança, aponta o passado como se fosse a afirmação de que as coisas não são bem assim e que talvez não mudem, cristalizando e impedindo as mudanças.

Um misto entre os dois, um certo equilíbrio, nos dará um caminho menos esburacado do que o atual.

É isso,

que dizes?


2 Responses to “Passado longo”

  1. Bruno disse:

    Será que é um caminho menos esburacado que precisamos?

    O nosso atual “caminho esburacado” está abrindo nossas idéias de forma fantástica. Talvez precisemos de um caminho ainda mais esburacado para termos soluções ainda mais brilhantes.

    O que sem dúvida seria melhor, no meu ponto de vista, seria um caminho mais curto.

  2. […] em oposição ao modelo piramidal. Assim, uma ideia interessante para pensarmos o futuro versus o passado longo é procurar criar zonas de inovação. Tais áreas, que podem ser trabalhadas nas organizações […]

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