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Há um engano na maneira de se pensar o novo ensino, pois considera-se que a principal passagem é a do livro impresso para o computador e por isso concentra-se todo o esforço em colocar nova tecnologias, porém no mesmo modelo de ensino passado. Sim, o lado mais visível é esse, mas tem que se perceber que o digital traz uma nova cultura do conhecimento e é a adoção da nova cultura do conhecimento que exige uma nova cultura de aprendizagem.

 

Versão 1.0 – 01 de junho de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Ensinar significa repassar/recriar o acervo de ideias desenvolvido pela humanidade para a geração atual, sejam os mais jovens ou os mais maduros.

Sem esse processo, a humanidade simplesmente desmorona.

Se queremos continuar a existir vamos ter que aprender – cada vez mais – a aprimorar a passagem do acervo passado para a geração presente e futura.

Parece que temos um desafio grande pela frente.

A chegada do computador e depois da Internet tem dado um nó na cabeça dos educadores, pois vivemos algo que não estamos acostumados.

O que, de fato, está mudando?

É uma tecnologia? Uma nova metodologia de ensino? Nada? Apenas fumaça e modismo e tudo vai passar?

O problema é complexo, pois estamos vivendo o que estamos chamando aqui nos estudos cognitivos de Revolução Cognitiva.

O que isso significa?

O atual ambiente escolar tem como base a tecnologia do livro impresso, bibliotecas, material didático em papel – e isso gera uma cultura que está migrando para uma nova – diferente do que aquele que criou a escola alguns séculos atrás.

A cultura de aprendizagem hoje é filha desse ambiente impresso, mas vai mudar, queiramos, ou não, pois quando muda-se o ambiente cognitivo  precisamos construir uma nova cultura de aprendizagem, que é algo superior a um método de ensino, de novas tecnologias em sala de aula.

É um outro mundo para uma nova humanidade.

E é isso que é tão difícil de trabalhar – pois algo assim é muito raro na história!

Podemos dizer que a humanidade teve até aqui dois ambientes de ensino e estamos entrando no terceiro.

  • O ensino 1.0 – no qual o suporte de passagem/troca das ideias era a fala e o repositório a memória;
  • O ensino 2.0 –  no qual o suporte de passagem/troca das ideias era a fala/livro e o repositório o papel, a biblioteca;
  • O ensino 3.0 –  no qual o suporte de passagem das ideias será cada vez mais o suporte digital, acrescido da fala e cada vez menos em papel.

Há um engano na maneira de se pensar o novo ensino, pois considera-se que a principal passagem é a do livro impresso para o computador e por isso concentra-se todo o esforço em colocar nova tecnologias, porém no mesmo modelo de ensino passado.

Sim, o lado mais visível é esse, mas tem que se perceber que o digital traz uma nova cultura do conhecimento e é a adoção da nova cultura do conhecimento que exige uma nova cultura de aprendizagem.

A escola 3.0 tem que aderir  não ao computador que é apenas a ponta do iceberg, mas à nova cultura que é muito mais difícil!

Toda tecnologia cognitiva disruptiva, assim, cria uma nova cultura e o que precisa ser adaptado no ensino 3.0 é essa nova cultura digital, no qual o computador é fundamental, porém apenas um indutor e não o seu principal personagem!

A nova cultura do conhecimento se estabelece por:

  • – ter um suporte mais flexível e colaborativo do que o do papel impresso;
  • – permitir uma interação maior entre as pessoas quando não estão presentes no mesmo tempo e lugar;
  • – possibilitar que cada documento e pessoa possa criar um rastro, que permite estabelecer critérios de relevância e meritocracia.
Isso significa que deve se pensar em uma passagem/troca de conhecimento muito mais fluida, dialógica, participativa, alterando-se o material didático, que deve ser colaborativo.
O professor passa a ser um “apicultor” que estimula as abelhas (alunos) a interagir e criar.
Isso se aproxima a várias metodologias de ensino (Paulo Freire, inclusive), mas elas podem ser úteis, porém devem ser readaptadas para um modelo de ambiente cognitivo digital, que deve criar um novo conjunto de métodos de aprendizagem.
Fato: estamos diante de um novo planeta educacional e não do mesmo!

Não estamos, portanto, falando de outra metodologia de ensino, mas como vamos nos adaptar para continuar ensinando em outra cultura cognitiva. E nesse espaço teremos que ver quais as metodologias que temos disponíveis – várias delas talvez antigas – serão mais adequadas para esse novo ambiente.

A escola atual está de parabéns, pois conseguiu cumprir uma difícil missão: ensinar cada vez mais gente em um período cada vez mais curto, nos últimos séculos para resolver o problema de educação de um número cada vez maior de jovens.

Porém, nos obrigou a centralizar toda o processo no livro impresso, chamado material didático e foi cada vez mais se concentrando em assuntos, uma forma mais fácil, por ser padronizada de passagem, que teve como lado negativo a alienação do professor/aluno.

Talvez seja esse espaço de não-diálogo, de não encontro, que o novo ambiente vem tentar minimizar e responder!

É isso.

Que dizes?

3 Responses to “Ensino 3.0 é uma nova cultura de aprendizagem!”

  1. Ellen Caroline disse:

    Atopia e afasia… o não-lugar da linguagem como centro divergente dos encontros. A educação adentrando a fluidez do espaço do saber…

  2. bruno disse:

    Antes do ensino ser 3.0, o pensamento deveria ser 2.0… Se for o contrário, teríamos alunos discutindo soluções para problemas que desconhecem.

    (ou não)

  3. […] (A divisão acadêmica por assuntos isolados e não por problemas, que juntariam pesquisadores me parece uma alternativa para reduzir esse erro recorrente. Ver mais sobre nova cultura de ensino aqui) […]

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