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Se ao ler você não entende o que alguém está dizendo e se não exerce a crítica diante do que lhe está sendo dado, não apreende e passa a ser apenas um escravo da informação – Nélida Piñon;

Um  dos principais problemas que encontro hoje entre meus alunos e clientes é saber lidar com a enxurrada de informação: o conhecido e repetido mal, que aparece também no novo século, impulsionado pela Internet.

Tenho escrito sobre isso e pensado bastante sobre o assunto.

Das coisas que leio, considero que posso atribuir alguma distinção ao entrar em contato com informações, independente sua origem para os problemas que procuro ajudar a “resolver” (entre aspas, pois não existe solução):

(Marcos Cavalcanti sugeriu em papo outro dia usar a expressão dissolver problemas, achei mais adequada)

Qualquer informação poderia ser classificada, assim:

  • Novidade: o que traz algo novo, fora do que estamos acostumados;
  • Reforço: o que reforça nosso ponto de vista, de um ponto incomum, agregando mais dados, afirmando que concorda, etc, mostrando que a rota que tomamos está se mostrando viável;
  • Inutilidade: o que não agrega nada, coisa repetida que todo mundo já sabe, nem reforça, nem inova, um senso comum gasto e mediano;

Para cada uma destas avaliações, posso ainda separar por:

  • Dado – uma tabela, uma pesquisa, o fato de alguém adotar determinado software, metodologia, o que o Moreno na tese dele, chamou das coisas que “eu vi”.
  • Ponto de vista – uma forma nova de encarar o problema, um jeito diferente de dizer as coisas, o que o Moreno na tese dele, chamou das coisas que “eu acho”.

A cada um destas informaçõs que chegam podemos atribuir valor. Um ponto de vista completamente novo que nos faz parar para pensar podemos atribuir de 1 a 3, a nota 3.

Saber que uma metodologia inovadora está sendo implantada em uma importante empresa merece também nota 3.

Tendo isso em vista, podemos começar a aferir e criar uma métrica das fontes que costumamos acompanhar (blogs, twitter, facebook, linkedin, revistas, jornais, etc) e ver, no geral, o que realmente tem agregado e levado nota 3 e o que está deixando a desejar, levando zero.

Na maioria dos casos e das fontes, sem percebermos, estamos consumindo notas zeros e não conseguindo seguir notas 3.

E cada vez mais ficamos escravos da informação e não senhores da mesma.

Outro dado importante é o esforço para entender os modelos mentais, papel da filosofia, mas isso é outro assunto para outro post.

Que dizes?

2 Responses to “Definindo valores da informação”

  1. Keyne disse:

    Quando li o seu post lembrei imediatamente das metodologias utilizadas em mapas de argumentos e na web semântica.

    Uma das coisas que mais me interessam hoje são sistemas para controle de conteúdo baseado no conceito wiki + mapas de argumentos + taxonomia e assim por diante.

    Seria impressionante ter acesso a uma rede de conhecimento que não permitisse redundância e classificasse inutilidades ao mesmo tempo que desse a liberdade na criação e debate de conteúdos (o que não ocorre na wikipedia ao pé da letra).

    Depois dá uma olhada: http://en.wikipedia.org/wiki/Argument_map

    Sobre a questão dos valores, existem aplicações ótimas que estão explorando isso, como por exemplo o StackOverflow.com (tech) e o Quora.com onde os usuários ganham reputação na medida em que expõe pontos de vista valiosos para a comunidade.

    Vale a pena dar uma olhada!

    Até

    • Carlos Nepomuceno disse:

      Keyne,

      na verdade, a sociedade humana trabalha nessa lógica.

      Separar o joio do trigo, potencializar talentos.

      Uma sociedade inovadora é aquela que reduz o tempo entre um talento desconhecido que passa a ser conhecido.

      Estamos adaptando isso ao mundo da Web, ampliando esse conceito, usando os rastros da Internet, tal como sabendo que é cada um pelos cliques que faz.

      Boas dicas estas, grato pela visita,
      Nepô.

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